Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

quarta-feira, 20 de julho de 2016

OS INCOMODADOS QUE SE RETIREM




Sempre fui uma pessoa alegre. A descoberta de uma fotografia- tirada pelo meu primeiro chefe- e a dedicatória nela contida, reafirma esse meu estado de ser. Nunca precisei lançar mão de álcool para me soltar e ficar “alegrinha”. Aliás, só aprendi a beber, socialmente, bem mais velha. Geralmente as pessoas, que convivem conosco, acham estranho você estar - às sete da manhã - de bom humor e alegre. Há que se ter um motivo! De graça não pode. A imaginação corre solta... Vai desde uma noitada de sexo selvagem, aumento de salário, promoção, até ter ganhado na loteria. Perguntas do que você anda tomando também acontecem. E eu respondo: “tóchico” na veia. Pois vou dizer: não mudarei meu jeito de ser. Falo alto, sorrio solto, enrubesço diante a maravilha do amanhecer e me escandalizo com a descoberta do nascimento de uma florzinha miúda no meu vasinho predileto. Fico alegre assim... Com o simples despertar para mais um dia. Claro que tenho chateações, instantes de raiva, indignação, revolta, problemas, como qualquer mortal. Mas há seis anos, depois de descobrir uma doença mamária e lutar pela minha saúde e vida, refiz e renovei meu contrato com ela. A partir daí revi meus valores e decidi que, sendo merecedora de estar nesse plano, não desperdiçaria a alegria de estar viva por nada nem ninguém! E assim tem sido e assim será. Alegria não contagia?! Pura balela. Já a tristeza é vírus de imensurável solidariedade. Alegria incomoda, incomoda, incomoda muita gente! É mesmo um “tóchico”.  Com tantos disponíveis decido por ela! O máximo que pode acontecer é ter que conviver com seus efeitos colaterais.
Então, se você se incomoda, é difícil, não é tranqüilo nem favorável em conviver com a alegria alheia, retire-se... Simples assim!