Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

sexta-feira, 31 de maio de 2013

"A" FESTA!




A sinagoga estava um primor. À direita Vanessa ao lado de seu pai.
Sempre que tenho a honra de ser convidada e participar de uma festa maravilhosa fico, por dias, pensando nela e em seus anfitriões. Poderíamos acreditar que para celebrar uma data basta ter dinheiro. Não. Não é! O ingrediente principal, para mim, chama-se generosidade! Tem que se ter muita para, nos mínimos detalhes, doar a cada convidado a alegria da celebração. Tem gente que faz para retribuir convites recebidos, outros para aparecer em sua nova riqueza ou esconder o salame comido dia sim e outro também, alguns pela obrigatoriedade e necessidade de algum tipo de satisfação social e poucos, bem poucos mesmo, pela alegria e gratidão de chegar àquela ocasião: “Baruch ata Adonai Eloheinu melech haolam, shehecheianu vekiimanu vehiguianu lazman haze”. Louvado seja, ó Eterno, nosso D’us, Soberano do universo, que nos conservaste com vida, nos amparaste e nos fizeste alcançar esta data festiva! Em tempos onde tudo louva o ego, a publicidade, os discursos, as informações que nos chegam cultuam o “eu”, o casal anfitrião sabe que o indivíduo existe é no coletivo e nas relações afetivas!
Uma festa como essa, maioridade judaica de uma filha única - é planejada com meses, às vezes ano(s) de antecedência, nos mínimos e em cada detalhe. Não adianta contratar o melhor cerimonial, Buffet, decorador, boleira e doceira, banda e tudo mais que faz parte de uma celebração desse porte. Há que se ter o toque dos dedos precisos e caprichosos dos anfitriões. Ricardo e Anaíne, primos queridíssimos, deixaram suas digitais em cada mínimo detalhe deliciado pelos convivas. Do convite - arte pura – à emoção da cerimônia religiosa. Da arte de bem recepcionar - deixando à vontade e acolhendo seus convidados - ao deslumbre da festa noturna. Acolhimento que forrou o chão de quem chegava com adjetivos também escolhidos a dedo. O tapete das palavras vazias, de quem agrada porque tem interesse, é o antiacolhimento. Os substantivos empilhados com pragmatismo também. Ficam longe, bem distante, desse casal. Na sintaxe das relações pessoais, as frases precisam de preposições adequadas, conjunções encaixadas com zelo, verbos bem conjugados, adjetivos precisos. Só suspeitava que eles fossem bam-bam-bans nesse português de bem viver a vida e da boa convivência. Agora não mais desconfio. A certeza que são alunos nota 10 - com louvor - me faz orgulhosa de tê-los primos.  E o modo verbal para essa festa? Alguma dúvida?Mais que Perfeita! Na carência de adjetivos suficientes para tamanho deleite deixo aqui um simples substantivo: Parabéns Ricardo, Anaíne e Vanessa por essa partilha maravilhosa! E vocês, amados meus, apreciem as fotos sem moderação.
Depois da cerimônia um Kidush(um espécie de Brunch) tipicamente judaico.
Um pouco da decoração do salão à noite.
As tulipas...maravilhosas!
Raras e belas orquídeas!
Mesa de doces...minha perdição...uma das!
A delicadeza do bolo
Vó Sara...lindona e orgulhosa da neta!
Tios

Mais tios e primo vindos de Sampa
E mais tios...todos felizes demais!
As manas...faltou uma...fazer o que?!
Minha prima Nanda Bunchen linda de viverrr!

Ju e Lu...primas lindas de viverrrr! Fico doida com essas mininas...

Pra ver bem de pertim tanta exuberância!
Pés dançantes
Pés dançantes, mas já no conforto das havaianas customizadas.
Preta e Daiana...amigas desde sempre.
André e o primo Daniel na maior bossa de suspensórios

Casal mais lindo...E viva os jovens e o amor tb!
Tatto mais linda...significa VIDA!!!
Pista de dança antes do auê!

terça-feira, 28 de maio de 2013

JECA TATU E NÓIS




Na área externa escolares "americanos" transformados em biblioteca
Não sou cozinheira. Uma arte que, infelizmente, não herdei de minha mãe. Mesmo assim, como sabem, a-do-ro comer e experimentar pratos e petiscos novos. Também tenho um gosto pelos programas de culinária que passam no GNT: Rita Lobo, Rodrigo Hilbert, Nigella Lawson, Jamie Oliver, Claude Troisgos, Olivier Anquier e outros mais. O Diário do Olivier, especialmente, me faz visitar e conhecer cidades daqui e de outros países com seus mercados maravilhosos, ingredientes, especiarias, pratos e sabores que, invariavelmente, me fazem salivar. Para minha surpresa ele percorreu a Estrada Real e eu, mineira que só, achei que conhecia tudo. Bem verdade que de todos os episódios apresentados já havia ido e degustado muitos, até chegar numa cidadezinha, Itabirito, e o Jeca Tatu com seu pastel de angu recheado com umbigo de bananeira. Oi? Isso mesmo. Aquela parte arroxeada do cacho de bananas. Mineiro adora um angu com quiabo, né? De toda a culinária local não aprendi, até hoje, a ter agrado por angu. Já um quiabim... delícia! Voltando ao Jeca. Local que, além do tal pastel, é famoso - e todo decorado - por sua coleção de antiguidades. Tem de um tudo e mais um pouco: discos de vinil, livros, revistas e reportagens, telefones, radiola, gramofone, geladeira, bicicletas, lambreta, sofás e cadeiras, enfim, uma tranqueira que fala por si. Pois não é que num sábado, apesar de nosso destino ser Amarantina (todas essas cidades ficam a caminho de Ouro Preto), apeamos no tal Jeca Tatu?! Muitas lembranças, fotos, prosa com o dono para tirar dúvidas, pastel de angu, risadas e mais risadas do tipo: eu já vivi isso e posso contar! Até que não nos fez nenhum estrago ter participado dessa história retrÔ, pois viver – essa vida que vale a pena de ser vivida - é mesmo uma benção!!! Ispia só as fotos.
Cada preciosidade pros colecionadores de vinil
Na casa de minha mãe tinha uma banheira dessas!
Riram de Caê foi?! Magrilim que só!
Som_zão esse!
E esse então?
Cada edição mais bacana que outra no bus-biblioteca.
Me divertindo de motorista de buzum. Queria deixar o povo entrar naum rsrs
Amiga gulosa! E a geladeira G&E lotada
O proprietário e eu só na prosa
Era o meu predileto. Vaca Roxa no Xodó...ai que sôdades!
Essa sim foi uma grande noveleira!
Tinha dez aninhos quando chegou essa novidade!
Da lambreta não vivi, mas Ju sim!
Escondido encontrei essa lindeza.

Taxímetro rodou...hora de ir embora!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

SUSPEITAS



 
Imagem emprestada lá da Milene
Suspeito que simplicidade seja a melhor escolha. Suspeito que enfeites demais escondam. Maquiagem também. Suspeito que grilos sejam melhores cantando lá fora. Suspeito que a calma é a melhor amiga da pressa. Que a megalomania é prima-irmã da indolência e que ambas tem horror da humildade. Suspeito que sonho – pequeno ou grande - é inspiração e vontade. Suspeito que o bom da vida é estar em família. Suspeito que pertencer é grande. Suspeito que os mistérios se resolvem nas coisas pequenas. Suspeito que impasses sejam testes de sabedoria. Suspeito que prazer seja aprendizado diário. Suspeito que “é melhor ser alegre que ser triste”. Suspeito que o seu, meu e nosso hoje será lindo!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

(H)A(H) VIDA EM UMA FESTA!





Nesse final de semana aconteceu a XXII Festa de Israel na rua. Acredito que de todas as vinte e duas edições devo ter faltado a poucas. Só mesmo se não estou na cidade deixo de ir. É uma oportunidade ímpar de rever amigos, se deliciar com as comidas típicas, música, danças, show de humor e claro, muita prosa sem pressa de terminar. Vocês poderiam acreditar que é sempre a mesma coisa. Repetições – neuróticas - que perderiam a graça da novidade de uma primeira vez. A compulsão à repetição, que muitos chamam de “neurose de destino”, é sem dúvida, um fenômeno intrigante! Seus padrões desagradáveis parecem regidos por uma força incoercível, e eles sempre nos surpreendem por seus desfechos tanto esquisitos como inevitáveis. A mesmice é a verdadeira face da repetição.  É o que não ocorre nessas festas, posso lhes assegurar. Dois fatos absolutamente novos para mim dessa vez: degustar um shnitzel feito pela moçada do Dror e adquirir o Livro Neurótico de Receitas (2ª edição/Ophicina de arte & prosa). O shnitzel é um sanduiche feito com pão de sal fresquinho, pasta de grão bico e peito de frango frito com gergelim. Simples e delicioso assim. O livro é de autoria da Ana Cecília Carvalho, psicanalista fantástica, mestre em Psicologia, Doutora em literatura comparada, professora aposentada da UFMG - desde 2009 - e cozinheira de mão cheia.
A capa - um cérebro feito de um emaranhado de fios de macarrão - o título e a orelha, escrita por Renato Mezan chamou minha atenção: São cinquenta capítulos – alusão ao tempo usual das sessões – cujos títulos se relacionam com as ocasiões nas quais figurou o prato em questão: o “Salmão Narcisista”, feito para restaurar o amor-próprio da sua filha; a “Torta Reparativa de Maçã”, oferecida a um amigo enciumado; a “Truta Contrafóbica”, presenteada por uma paciente ao concluir o tratamento, e assim por diante. Logo após a crônica Ana nos brinda com a receita passo-a-passo. Já estou no capítulo 30... Frango do Suposto Saber: “Acho que meu analista fica calado nas sessões porque ele quer me fazer pensar que sabe alguma coisa sobre mim que eu desconheço. Mas, na verdade, ele não sabe nada. (Diz um amigo da filha num almoço de domingo) Ao ouvir isso minha filha exclama: Você não precisa mais de análise! E, em seguida, ela se volta para mim e pergunta, provocativa: Como analista, o que você acha? Não respondo. Reenviados ao próprio desejo, todos continuam a comer.”
Fica a dica para os apreciadores da boa mesa, leitura e cozinheiros em busca de novidades. Até 2014 Festa de Israel. Com o prazer dessa “compulsão à repetição!”.
Barraca do tradicional Falafel
A moçada do Dror e o seu Shnitzel
Artesanato típico

As crianças, de todas as idades, aproveitam os brinquedos 0800
"Descansando" ao lado do filhote
Vista geral com duas queridas que sempre prestigiam!