Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

segunda-feira, 24 de março de 2014

A(s) Saudade(s)




O tempo não para! Só a saudade é faz as coisas pararem no tempo”. (Mário Quintana)

Teve um dia que minha amada Beth Lilás me corrigiu lembrando que saudade é no singular. Substantivos que nomeiam sentimentos, em geral, não são usados no plural. Mas há exceções, como a palavra saudade, diz o professor Pasquale. Mas eu - sem me importar com as regras do português - respondi de imediato, que a minha é sempre no plural. Não economizo mesmo! Nesses cinco anos de ausência sinto saudades: do seu cheiro, das risadas, do colo, afago, comidas, das brigas na tranca, telefonemas sem hora marcada, constante “a vida é para ser celebrada filha!”, alegria, determinação, garra, resiliência (muito antes dos teóricos criarem o termo), sabedoria, avisos gritados (leva uma bluuuusa minina, a sombrinha que vai chover – e o sol rachando moringa, mas de repente caía um toró!), preocupação com cada filha, dedicação amorosa com netos e bisnetos e AMOR!!! A lista é enorme das minhas saudades, mas é melhor parar por aqui. No congelamento desse tempo que guardo na alma. MÃE: AMO VOCÊ DE VIVERRR!
 

quarta-feira, 19 de março de 2014

ESCRIVINHANDO




“Solidão é o que se escreve por excelência, pois ela é o que da ruptura do ser, deixa traço”. (Lacan, Lituraterra, 1971)


O ato de escrever está impregnado de apreensão, inquietação e até mesmo de certo sofrimento. Já o ato de publicar implica sair da intimidade para o movimento, o gesto. Enfim, um passo que evidencia a transitoriedade do privado ao público. O momento de se aventurar nessa mescla de ousadia e receio para colher os frutos da exposição. E sempre são frutos!
Imagens:Google



terça-feira, 11 de março de 2014

PÓS ESTERCOFOLIA

Essa bateria começava bem cedim.


Sempre que volto da fazenda gosto de sentar, escrever e mostrar para vocês as novidades.  Mas sem internet, e aguardando a visita técnica – boa vontade - da Dona Net, demorou esse cadim tempão. Ainda estou sem, mas hoje, domingo, estou na casa de uma irmã e deixei programada esta postagem A seca dos últimos meses prejudicou as plantações e as florações de Santa Matilde. Mas a chuva despencada na semana que antecedeu os dias de folia nos brindou com uma resposta imediata da Mãe Natureza: tudo verde de doer às vistas! Domingo foi dia de feijoada do Zé, para celebrar seu aniversário. Arrumamos a varanda com criatividade e com que encontramos pela casa, pasto, pomar e jardim. É nessas horas que a gente descobre que bom gosto e a arte de receber moram é dentro da gente. Espiem só as fotos. 
Carro de boi, caho de banana, lampião, flores da paineira e o aniversariante!
Folhas de bananeira, chitão, Syl e D. Letícia anfitrionando.
Na gamela forrada com folha de bananeira canudinhos e o bolo delicado!
Esse moço soube soprar seus 56!
Todo mundo com algum adereço...afinal era carnaval!
Um bule, umas flores de árvores e...um arranjo floral!

Na terça-feira gorda (alguém sabe me contar o motivo desse nome?) fomos recebidos pelo casal Andréa e Nem. Tudo inspira amizade, bem-querência, afeto e expira bom gosto, leveza e aconchego. Eles nos colocam tão a vontade que a frase “sinta-se em casa” é pura redundância. Andréa é de um capricho com seu lar que dá gosto apreciar! O menu? Comidinha mineira - of course- feita pela Rita: arroz, tutu de feijão, costelinha de porco, angu, quiabo sequinho, couve quase invisível de tão fininha e salada. Acabo de escrever a frase e me dou conta do termo terça-feira gorda! Nem sei mais onde vai parar minha exuberância de ser. Os mais antigos, com certeza, vão se lembrar dessa casa mineira linda de viverrr! Uma jardinagem perfeita, artesanato não só daqui, peças únicas de arte e claro, a alma dos donos espalhada nos quatro cantos da casa. Além disso, o ingrediente que, em minha opinião, não pode faltar: a alegria amorosa em receber! Confiram abaixo.

Prato esmaltado...mineiridade pura


Alfazemas

Só um pedacim do fogão de lenha com as delícias


Só alegria!
Cantinho de orações e gratidão
Pousando de chef ao lado de Rita, a verdadeira!
E aí na quarta-feira de cinzas, nada de carne, nos acabamos nessa bacalhoada espanhola feita pelas mãos de minha irmiga Silvana. Toquei castanholas e minha exuberância de ser disse amém! Estercofolia que passou voando. Também é sempre assim... dias felizes correm soltos! Mas já fiz pré-reserva para Semana Santa.
Misericórdia!!!