Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

domingo, 21 de agosto de 2016

DO MEU NATAL



Sou não. Melhor dizendo, não sou. Descubro nas evidências dos dias que os meus opostos, as minhas faltas, carências, dificuldades e os meus avessos me definem tão bem quanto minhas afirmações, realizações, escolhas, aptidões e talento.
Para todo não, existe um sim e eu vou completando a figura retorcida pelos caminhos da vida, como a figura de yin e yang. Lado negro, cabeça para baixo, regresso e retrocesso. Desse modo, não sou yin. Não sou e não gosto. Mas aprendo que dar e receber, ouvir e falar, calar e dar o grito, acertar e errar, ser feliz e sofrer fazem parte do movimento.
Já tive receio da roda da fortuna, quando se torna descendente e me remete para longe dos altos a que aspiro. Depois, descobri que lançar fora o que não me cabe apenas me deixa mais próxima de quem eu quero ser. Digo não agora: não sou santa nem beata, não sou dura nem madura, não sou dona nem quero, não sou rica nem renúncia, não sou alegre que nem gargalhada, não sou triste nem cinza, não sou sexta nem de segunda, não sou ida nem volta, não sou distância percorrida, não sou dia nem noite, não sou madrugada, não sou bicho do mato nem cidade, não sou daqui nem de lá, não sou ocidente nem me oriente...
Não quero e não me defino. 
Encho a página de palavras e me esvazio. 
Quanto menos eu sou, mais o mundo me é. No paradoxo do copo meio cheio, meio vazio, sou mais de mim nos nãos, senãos e nas promessas de algum sim, até que a morte nos separe. Viva la vida!

13 comentários:

  1. Que lindo te ler! Viva e graças à vida e pela vida! PARABÉNS, felicidades mil! beijos, tudo de bom,chica

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    1. Obriagada Chiquita amaaada! Sempre que te vejo por aqui penso: fiz grandes amigos na blogosfera. Beijão

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  2. A vida é assim mesmo, vivemos mais circulando pelos meios, e poucas vezes nos extremos.
    Um dos prazeres é ler de novo teus textos.
    Tô dentro!
    Abraços, amiga Rê!

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    1. Ahhhh meu amaaado Leonel, guerreiro! Pelo menos uma vez por mês venho cá no nosso divã deitar umas palavras...pq são muitos anos pra deixar simplesmente desaparecer né mesmo?! Mas de qq maneira preciso sair visitando os amigos...e o tempo? Kdê? rsrs Qualquer dia desses vou tirar um par de horas pra rodar esse mundão gigantesco da blogo. Beijão

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Mais uma vez um encanto de ler Rê! Tão gostoso por nos descobrirmos junto a você num emaranhado de sentimentos! Tão seus, tão nossos! Adorei amiga! Bjos!

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    1. Adorando te descobrir por aqui Li! Esse mês de setembro quase findando, eu sem PC nem pude deitar umas palavras aqui. Mas logo eu volto rsrs Beijo

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  5. Respostas
    1. Sempre né amado? A despeito de qq dificuldade vc sabe como celebro a VIDA! Bj

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    2. Sempre né amado? A despeito de qq dificuldade vc sabe como celebro a VIDA! Bj

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