Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

terça-feira, 18 de julho de 2017

Sobre a tristeza...acontece!



“Aquele que nunca viu a tristeza nunca reconhecerá a alegria.” (Gibran).
Na última sexta-feira não fui à aula de dança. Carinhosamente minha ausência foi sentida e questionada no grupo de whatsapp, no que respondi: de-sa-ni-ma-da, acontece! O desânimo era só uma das roupagens da minha tristeza. Amanheci descolorida. Sem tom nem sobre tom.
De repente nada mais faz sentido. Nem cheiros, nem sabores... Nada. E nada é tudo que resta.
Posso afirmar que, via de regra, estou bem humorada e alegre. Não careço de muito para me deslumbrar a cada amanhecer!
Mas, de vez em quando, por razões que nem sempre identificamos, a luz da alegria se apaga.  E a tristeza, uma dor, chega de mansinho e sem perceber invade-nos e nos dilacera.
Há dias em que, simplesmente, queremos ficar quietos, em estado de inércia e isso não exige um estudo minucioso sobre o comportamento humano. Quando Freud escreveu “O mal estar na civilização” (1930) e defendeu a tese de que “o indivíduo é um ser infeliz, e que esse mesmo indivíduo vive à mercê de uma infelicidade permanente”, o psicanalista não se referia a todo comportamento humano, mas a determinados momentos de infelicidade que todos enfrentam. O problema está na (errada) interpretação que fizeram do tema.
Alegria e tristeza são sentimentos que fazem parte da vida psíquica normal de qualquer ser humano. A tristeza é a resposta humana às situações de perda, derrota, desapontamento e outras adversidades, ou seja, é normal sentir-se  triste após  uma situação desagradável, a perda de um ente querido, desajustes financeiros, ou mesmo quando não realizamos sonhos desejados.
Atualmente é proibido estar triste. Fato! Algumas lágrimas são motivos para remédios tarja preta ou filas gigantescas na porta dos consultórios. A supervalorização do estado de felicidade no ser humano é demolidora, porque traz consigo a obrigação em estar feliz o tempo todo, nos fazendo esquecer que a felicidade não é rotineira e que, segundo o próprio Freud, nunca chega a nos pertencer! Ser feliz é diferente de estar feliz e entre essas definições existe uma ponte gigantesca. Mas o homem busca incessantemente ser feliz, como um objetivo de vida, esquecendo-se de viver as outras emoções da vida. “A felicidade é efêmera por definição. Por isso, as pessoas que só pensam nela sofrem muito mais e se distanciam das pequenas alegrias da vida”, afirma o escritor francês Pascal Bruckner, autor do livro A Euforia Perpétua (Bertrand Brasil, 2002).
.Será que a sociedade contemporânea valoriza ou despreza toda e qualquer tristeza?  
Infelizmente, nossa sociedade corre de qualquer sinal de tristeza. Nossa sociedade valoriza a felicidade em qualquer momento e a qualquer custo. Qualquer sinal de tristeza deve ser escondido a sete chaves!
Tristeza tem fim sim, mas é inevitável e, uma vez que ela chega, deve ser tratada como hóspede importante. Poucos percebem que a sensação de estar triste é tão benéfica quanto à felicidade. Tristeza é um sentimento que responde a estímulos internos, como memórias e vivências e isso permite que haja amadurecimento emocional e busca de soluções para acabar com essa situação emocional. A verdade é que a aprendizagem proporcionada pela tristeza é algo enriquecedor e resta-nos viver (e amadurecer) enquanto ela insiste em permanecer em nossos dias.
“A gente está alegre, não é alegre. Porque esse sentimento não se mantém para sempre. Surge, colore o mundo e some feito bolha de sabão. Quando se está triste, bom saber, acontece igualzinho.” (Rubem Alves).
Assim, com a sabedoria de Rubem, fico mais tranquila e aos poucos o colorido retorna para a tela da minha vida!

12 comentários:

  1. Muito lindo teu texto e verdadeiro do início ao fim. Todos temos dias mais sem graça, sem vontade, tristes...E temos o direito...

    Ainda bem, depois, de repente, após respeitarmos o sentimento de tristeza, ele se retira pois já em nós não mais sente vontade de ficar!

    Adorei te ler, te ver após um tempão. bjs praianos,chica

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    1. Chiquita amaaada, põe tempão nisso...meses né amiga. Completamente fora da blogosfera!Encontro com as blogueiras amigas via facebook, instagram...por lá tenho escrito algumas coisinhas quando a inspiração retorna rsrs. Guardo vc num canto mais que especial do meu coração!
      Beijuuss e obrigada pela visita!!!

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  2. Oi Regina!!!
    Que bom que a vida tem dessas coisas... tristeza, felicidade e tantos outros que fazem a gente crescer e aprender nessa vida! Ultimamente tenho sido amiga de infância da felicidade, he he...

    Beijinho grande!

    Bia
    www.biaviagemambiental.blogspot.com

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    1. Que bom Bia! Amiga e infância, via e regra, é duradoura.
      Beijos

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  3. Num discolóra naum mulé.... Pense anssim quinem eu que meRmo em "Bráck end Uáiti" vévo finginu qui to besta di contente....
    Os gonócio de perdamentos e saudadeduras vão sempre tár presentes ne nosso caminhamento vitalécio...
    Intão!! vamu relaxá e pintá tudin di novo.... Ok
    Bejão e DeusssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssKiajude...

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    1. Aiiiii Peludim....vc sempre com essa arte de me fazer sorrir! Gratidão!!!
      Beijuuuss nos pelos

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  4. E ainda dizem que agosto é um mês que nunca termina!
    Mas isso é vero:
    Todos os dias.
    Tantas horas, minutos e segundos
    Para comemorar o mês que minha amada
    Desceu neste planetinha azul
    para iluminá-lo.
    Fazer diferença!
    Torná-lo um lugar melhor para se viver!
    Regina Linda, acho que essa tristeza
    Era o tal Inferno Astral
    Que , como astróloga, não dou a mínima importância.
    Mas existe uma explicação: este mês ou meses anteriores reprentam o ultimo temo da gestação.
    Onde nosso ser nascente , ansioso, tem medo do que que virá.
    Do futuro e das novidades que nos espera.
    Parece , numa análise transpessoal- bem lógica e interessante.
    MAS...
    VIM PARA DESEJAR FELICIDADES!
    PARABÉNS, minha flor de formosura!
    Beijos, amiga!

    * não estou no face , estou no Blog Renasço Ocaso.

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    1. Iza iluminada_maaada! Hj é dia 15/09...só pra vc ver como tenho vindo aqui no divã rsrs E qual não foi minha surpresa em encontrar suas palavras. Muiiito obrigada de coração por sua amizade, carinho e amor!
      Beijuuss nocê

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  5. É sempre muito bom ler um texto seu, tudo tem tanta propriedade, é tão a gente mesmo. Obrigado querida.
    Beijos Wilma

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    1. Eiii Wilma! Quanto tempo né? Tô muio sumida da blogosfera. Agora só mesmo nas redes sociais rsrs Feliz em revê-la por aqui!!!
      beijuuss

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  6. Oi, Regina!
    Somos fábricas de sentimentos. Se temos muito amor e ele de alguma forma se esvai, sentimos desamor. A tristeza seria um esgotamento de felicidade? Então não existe motivo para ser triste!
    :)
    Estou voltando devagarinho para a blogosfera!!
    Beijus,

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    1. Querida Luma, vc voltando e euzinha quase saída por completo rsrs. Mas fiquei muito feliz em revê-la por aqui!
      beijuuss

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