Amanheceu cinza. Nem um raiozinho sequer de sol. Talvez de madrugada o céu traduziu a cor que me encontrava e produziu – solidário - esse novo dia. Numa conversa matinal falamos de dor e amor. Porque amor e dor são indissociáveis. Entre os seres que amamos, quais são os que consideramos insubstituíveis e cuja perda provoca dor? Quem é esse outro eleito, que faz com que eu seja o que sou, e sem o qual eu não seria mais a mesma? Com que fio é tecido o laço amoroso para que sua ruptura seja vivida como uma perda? O que é perder o amado e sofrer a dor de amar? Tantas questões não é Denise?! Só sabe o que é a dor aquele que a está sentindo, no presente. Passada ela fica na memória. Passa a morar no passado. A dor só consegue ser apreendida e apaziguada quando a ela se atribui valor simbólico. Atribuir sentido à dor, portanto, não seria absolutamente propor uma interpretação forçada para sua causa, nem mesmo consolar o sofredor, e menos ainda encorajá-lo a atravessar sua dor como experiência formadora que fortaleceria o caráter. Não, atribuir um sentido à dor, significa fazer um acordo, tentar vibrar com ela e, nesse estado de ressonância, esperar que o tempo e as palavras a dissipem. Ontem fui dor. Hoje o dia amanheceu ensolarado... Cheio de cor. Bem-vindo!
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
DASDÔ_RES NOSSAS
Amanheceu cinza. Nem um raiozinho sequer de sol. Talvez de madrugada o céu traduziu a cor que me encontrava e produziu – solidário - esse novo dia. Numa conversa matinal falamos de dor e amor. Porque amor e dor são indissociáveis. Entre os seres que amamos, quais são os que consideramos insubstituíveis e cuja perda provoca dor? Quem é esse outro eleito, que faz com que eu seja o que sou, e sem o qual eu não seria mais a mesma? Com que fio é tecido o laço amoroso para que sua ruptura seja vivida como uma perda? O que é perder o amado e sofrer a dor de amar? Tantas questões não é Denise?! Só sabe o que é a dor aquele que a está sentindo, no presente. Passada ela fica na memória. Passa a morar no passado. A dor só consegue ser apreendida e apaziguada quando a ela se atribui valor simbólico. Atribuir sentido à dor, portanto, não seria absolutamente propor uma interpretação forçada para sua causa, nem mesmo consolar o sofredor, e menos ainda encorajá-lo a atravessar sua dor como experiência formadora que fortaleceria o caráter. Não, atribuir um sentido à dor, significa fazer um acordo, tentar vibrar com ela e, nesse estado de ressonância, esperar que o tempo e as palavras a dissipem. Ontem fui dor. Hoje o dia amanheceu ensolarado... Cheio de cor. Bem-vindo!
domingo, 26 de agosto de 2012
NA ESCUTA
Se
montar um cavalo selado e alado tornou-se fácil, apear dele requer treinamento.
Não é fácil retornar ao cotidiano depois de alguns dias de puro deleite. Então,
dou permissão para que os acontecimentos evoluam da maneira que tem que ser.
Não, definitivamente não me deixo à mercê deles. Se esse é um ano de mudanças,
compreendo e aceito que nada é imutável... Até mesmo as piores limitações agora
podem ser mudadas em oportunidades. Às vezes, não é a limitação que precisa ser
mudada, mas o medo da mudança em si. Acorde. Preste atenção! Sinta o que está
acontecendo com você... Você está diante de uma tremenda oportunidade de
crescer. Esses sussurros, finalmente, ouvi! E você? Anda escutando o quê? Nunca
gostei de despedidas. Tem gente que lida bem com elas. Eu não. Adeus não dou. E
tchau sai de fininho que é para voltar bem rápido! Nem sempre é assim. Demora
uns tantos meses, às vezes anos, para retornar. Isso quando volta! Só nos cabe aguardar sem
nenhuma garantia. Gostava que tivesse pelo menos alguma. No que diz respeito
aos filhos então... queria todas. Essa escola que ensinou, a dar asas para eles
voarem, não devia era ter frequentado! Agora não tem mais jeito. Voaram e estou
aqui, vivenciando esse tal ninho vazio. Se você é uma mamãe descolada, que sabe lidar lindamente com essa síndrome...PARABÉNS! E não venha me cobrar, com olhar de decepção, que eu deveria saber por ser psi. Sou com eles MÃE! Não acho graça nenhuma e já mandei
Gibran catar coquinho na esquina com o seu sábio: Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos
e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Vem através de vós, mas não de
vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem... Será que
o poeta teve filhos? É tudo muito lindo na teoria. Na minha prática materna me
pertencem sim! Não me importo com essa ilusão. E é com ela, realidade colorida que estou atenta
nessa tremenda oportunidade de crescer. Eles, filhotes amaaados, e eu. Que venham os dias, meses,
até o retorno... A gente sobre_vive!
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
SAMPA
| Domingo no parque |
Tenho
uma irmã que mora há tantos anos em São Paulo que já é mais paulistana que
belorizontina. Estive com ela nesses últimos dias e curti uma cidade que não é
mais a terra da garoa. Manhãs de um céu azul de brigadeiro, calor, ruas limpas, trânsito
fluindo, que me fizeram questionar - muitas vezes – se tinha apeado do meu cavalo
alado na cidade certa. São Paulo tem mesmo de um tudo para fazer. E é para todos os
gostos e bolsos também! Fui a musicais tão lindos, bem montados, que acreditei
estar na Broadway. Retornei ao Memorial da América Latina, Pinacoteca, Teatro
Municipal de SP, pois é alimento que não dispenso. Andei de metrô (limpíssimo
e organizado), bati perna na 25 de março (que não é mais a mesma e não volto tão cedo!), conheci a
Catedral da Sé (grandiosa), caminhei pelo Ibirapuera, bati ponto na Oscar
Freire e suas lojas chiquérrimas e comi. Ah que meu pecado maior, em SAMPA, foi
exercido com categoria! I-ne-vi-tá-vel. Até tietei – educadamente - Jorge
Fernando no Arábia. Só não tive coragem de tirar uma
foto com ele ou perguntar como havia emagrecido tanto! Seria demais. A cereja
desse bolo - que ganhei de mamita Raquel - foi meu (Rê) encontro com Zizi.
Daquelas coisas que a gente não explica, só sente e carrega eternidade afora.
As manas perguntaram se estava feliz. Sim Mary e Raquel, amaaadas minhas, vivi nesses dias imensamente feliz.
E sou-lhes Gratidão!!!
| Bem na entrada do Teatro Bradesco que achei lindo e confortável! |
| 1ª vez que vi poltronas destinadas aos obesos...bacana esse cuidado. |
| Teatro municipal e mamita posando de estrela...minha estrela! |
| Um pedacinho da grandiosidade da Sé |
| Nada a comentar...só mesmo um Ai Ai Ai |
| Cerejeiras explodidas em flor |
| Pecadim delícia |
| Pecadão gostosão! |
| Pinacoteca antes da bateria acabar...Ô saco sÔ! |
| Doces conselhos |
| Querendo imitar o símbolo (lá no fundo) do Memorial da A.Latina |
| Ganhando presente duplo!!! |
domingo, 19 de agosto de 2012
DIA DE NATAL
Fazer aniversário...
É um furar a fila
É uma floresta mágica: Viva
É um romper da lua: Linda
É um nascer do sol:
Quente
Fazer novo ano...
É uma urgência
É um momento único
É um olhar de lente
É um riso claro
É um pensar profundo
É um gestual solene
É conhecer a letra
E entender de música.
Fazer natal...
É uma viagem longa
É um estar por perto
É uma escrita fácil
É um dançar Ravel
É um viver contente
É um abraçar gostoso
É um saber fazendo
É um fazer gostando
É um prazer imenso
É um sair correndo
É um ser tão feliz
É ser, tão somente sendo.
Fazer aniversário...
É uma Vida Inteira em bem vividos e vindos 52 anos!
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
CAVALO SELADO E ALADO
Tornei-me
especialista em não perder cavalos – oportunidades – selados. Desfilam na minha
frente, rapidamente, e lá estou eu montando-os como se fosse uma amazona desde
sempre. É, a vida muda e a gente se transforma com ela, adequando-se à
realidade. Vou ser repetitiva. Escrevo
o momento que a história me concede como vivente e senhora que constrói com sua
lucidez e com suas buscas o que há de melhor para se viver intensa e
livremente. Estou correndo o sagrado risco de ser. Estou substituindo o destino
pela probabilidade. Quantos cavalos assim passarão à minha porta? Quais as
chances? Antes eu pensava que latejar era ser uma pessoa. Só meu pensamento me
salvava. Então, escrevia... Escrevo. Transcrever pensamentos é uma oportunidade de risco; mas não há riscos
em todas as oportunidades? Os pensamentos não são abstratos, mesmo porque eles
são frutos da memória. É possível imaginar o todo para conhecer o fundamento das
partes. Entretanto, engana-se aquele que tenta a análise pela síntese. Não há
futuro ou condicional em mim. Só o presente me conforta, me realiza, me dá vida
e se impõe delicada e firmemente em cada coisa que me acontece. No
Confins o presente tem e assume o jeito TAM de voar. Inferno astral? Que nada! Paraíso!!! Voo nesse cavalo alado em
postura gratidão. Obriagada mamita Raquel!
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
A GRIPE QUER TE PEGAR... PROTEJA-SE!
É
com essa frase, no final do comercial, que o governo de Minas veicula
propaganda preventiva. Não teve jeito. Não para mim. Me pegou no primeiro espirro! Estava feliz. Acreditei
que, pela primeira vez em minha vida, esse ano passaria incólume por ela. É meu
calcanhar de Aquiles. Vulnerabilidade pouca é bobagem. Fico péssima. Ela
vive atrás de mim, sempre que eu me descuido, ela me possui, toma conta de mim
e não me deixa fazer nada. Ela me joga na cama, me cansa, me esquenta, esgota
minhas energias, me isola do mundo, não deixa ninguém chegar perto e faz de
tudo para ficar o máximo de tempo que puder, mas essa é uma relação unilateral,
porque eu não gosto dela, quero-a longe de mim. Dores
generalizadas, tosse, coriza, nevralgia, febre e tudo mais que dá direito esse
pacote não contratado. Minha mãe dizia: tá por olhos e por nariz, filha!
Rapidinho chegava à casa munida do seu arsenal antigripal: chá de limão cortado
em cruz, alho e mel, gemada, sopa de músculo, muita água e amor. A gripe não
resistia e ia procurar outra freguesia. Ô saudade! Quis saber quando tinha sido abatida por ela e
foi aqui que descobri. Poderia copiar e colar. Mas há uma grande diferença: não
há muita coisa acontecendo ao mesmo tempo,
desordem e confusão mental em minha vida, como explica Louise Hay para
gripes e resfriados. Pelo contrário! Tudo tão ordenado e acontecendo va-ga-ro-sa-men-te
que chego a pensar, muitas vezes, que é uma outra vida - que não a minha - que
estou vivendo. Talvez seja mesmo isso. Ainda criança, lendo um poema de Cecília
Meireles, descobri que viver é questão de escolha. Ou isto ou aquilo: "Ou
se tem chuva e não se tem sol ou se tem sol e não se tem chuva! Ou se calça a
luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva." Fiquei
aturdida. Eu teria que escolher sempre. Sim, as escolhas acercam-se de mim o
tempo todo. Da hora em que acordo até a hora de dormir, só o que faço são
escolhas. Até quando não escolho nada, trata-se de uma escolha, considerando as
possibilidades de tudo. Não é diferente com você. Agora, mesmo, escolhi um começo assim, porque eu precisava de certa
cumplicidade para seguir. Vim aqui e depois lá. Mas escrever também é uma
questão de escolha. No final, tudo não passa de variações sobre o mesmo tema. Dito
isso, prossigo com a confidência: se desde criança sei que devo escolher, nos
últimos meses, minhas escolhas refletem o desejo de mudar alguns hábitos, que,
talvez, tenham nascido lá nos tempos de menina. Isso significa que estou escolhendo um novo modo de vida. Parece simples, mas
não é. Mudança de hábito beira à tortura. Só quero um pouco mais em paz, de
saúde, produtividade e equilíbrio, mas, para isso, preciso escolher o novo o
tempo todo. Isso implica perder o conforto, o poder e até o controle. E a
menina às vezes faz birra e fica gripada! Enfrentar desafios – como fazer novas
escolhas – dá medo, cansa e até adoece. Mas depois de vencer uma batalha, o
prazer é imenso. Não tem nada a ver com o prazer de ter o nariz desentupido,
tem a ver com crescimento, com descoberta e com compromisso. Com essa gripe
aprendo que a felicidade tem a ver com escolhas, mas, sobretudo com
compromisso. Comprometida com a saúde, vou ali fazer um chá de limão em cruz e volto logo!
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
ENSABOADA
De
criança adorava bolhas de sabão. Encher a banheira da casa e imaginar - em meio
à espuma - que era uma das 09 entre 10 estrelas que usavam LUX, era mesmo um
luxo! E a pobre de minha mãe administrando o único banheiro da casa, com
chuveiro e banheira, entre as seis filhas mulheres, vem junto com as lembranças: Olha a conta d’água... Olha
a conta de luz... Tem outras precisando entrar...dizia ela batendo, quase botando abaixo, a porta.
Talvez por isso ou pela tal vida de adulto passei a não gostar mais de banhos
demorados. Hoje sei que água quente em excesso não dá saúde nenhuma à pele;
depois, porque o ambiente exige alguma contenção no consumo de água e os dias
já não têm 48 horas como pareciam ter então. Exceção
para quando estou nesses locais apropriados para os tais: spas, resorts,
estâncias hidrominerais e de quando em vez, acatando a sugestão de Rita - que
tal nós dois numa banheira de espuma? Delícia amorosa. Também detesto lavar cabeça (já contei
pra vocês) exatamente porque consome um tempo bem maior. Gosto que lavem para
mim! Algum problema em deitar as madeixas numa pia de salão e entregá-las às mãos
especializadas? Mas não dá para frequentar um - dia sim outro não - então hoje,
tive que me contentar com as minhas. Quando estou no primeiro xampu, toda
molhada, assim, sem mais nem menos, o chuveiro pifa! Já aconteceu com você? De
uma água quentinha passo ao polo norte num piscar de olhos. Toda ensaboada
penso, mantendo o otimismo, que acabou a luz. Deve ser um pico... Checo e a danada
está bem ali. Alumiando o que não carece, pois o dia está lindo. Começo a
xingar, na mesma proporção que o frio aumenta ajudando a esfriar a raiva. Como
se adiantasse! Faz semanas que vinha escutando um barulho estranho e pensava:
tenho que comprar outro chuveiro; qualquer dia esse pifa. Já sofreu reparo
inúmeras vezes. Mas a gente insiste. Só
mais um pouquinho. Depois eu olho. E vamos empurrando com a barriga... Fazendo
ouvido de mercador para os sinais recebidos. Não é assim com a vida? A gente se
acomoda e até acostuma com o fiozinho de água morna que recebemos no dia a dia.
Um conserto daqui, um curativo dali. Abundância? Será que somos merecedores?
Penso que sim. Desde uma bela ducha funcionando a todo vapor até de um tudo
nessa vida. Diz o livro dos anjos sobre ela: “Aceitar amorosamente as pessoas e
situações sabendo que aqui e agora tudo está na hora e lugar certos, é ser
abundante. Abundância não é uma grande quantidade de coisas, mas estar
consciente da qualidade em
tudo o que se tem!” Qualidade? Então tá! Vou ali, fazer pesquisa de preços, arrumar um alguém
para retirar o velho (que já deu o que tinha pra dar) e instalar o novo. Bem podia ser assim, simples, com tudo em nossas vidas. Mas há que
se ter coragem – ensaboada ou não – para dar um basta! Dizer: chega! Não quero mais!
Até mesmo a instalação do novo em nossas vidas dá trabalho, você não acha?!
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