Nunca fui pessoa de acumular.
Muito menos consumista. Claro que nos tempos de orçamento folgado não precisava
optar entre uma blusa nova ou jantar fora, num restaurante bacanérrimo, com os
amigos. Jantava vestida de “me achando” com a blusa. Escrevo porque ando
assustada com esse consumismo desenfreado. Escrevo por ter sido instigada, novamente,
com uma propaganda que diz: você não precisa, mas quer! Pois é. Época de
quereres transitórios. De tamponamento de faltas reais que impedem o
aparecimento do verdadeiro desejo. Esse que move cada um de nós e que jamais é
satisfeito. Não precisamos e queremos o que não temos, mas assim que passamos a ter, aquilo já
não nos interessa mais. O objeto adquirido fica velho no ato da compra. Já faz muito tempo que viver
não é só estar vivo, como era nos tempos das cavernas. Viver já virou algo bem
mais sofisticado do que manter o coração batendo: é dar significado às coisas e
ir muito além do essencial. Na base desse consumo exagerado está a insatisfação
permanente do ser humano, a sensação de que sempre falta algo. Enquanto escrevo, ainda,
tropeço em coisas que comprei sem pensar e sem saber por quê. Uma raquete
elétrica de matar mosquitos e pernilongos. Um único dia de uso e nem um único
pernilongo morto. Talvez me falte pontaria... sei lá. Está no armário desde então. Um pote de proteína para os
cabelos, caríssimo, e que o cabeleireiro afirmou que eles estavam carecidos que
só! Esqueceu de prescrever vitaminas e sais minerais. Era provável que teria
comprado. Os cabelos? Continuam os mesmos, mas o bol$o... quanta diferença! E ficaria aqui, no consumo do tempo, listando mais e mais. Sua lista anda de que tamanho?
“Coisas são só coisas
Servem só pra tropeçar
Tem seu brilho no começo
Mas se viro pelo avesso
São fardo pra carregar.”
(Chico César, compositor, De uns tempos pra cá)
Fico pensando que insuficiência de
recursos (né Milene?) anda servindo para alguma coisa: desse fardo to –quase- fora!
Carrego, cada dia mais leve, o que cabe em mim.
P.S: oneomania - nome difícil para uma doença cada vez mais comum: a compulsão por compras.
Imagem: http://karinizumi.wordpress.com/
Oi querida e amada Rê,
ResponderExcluirFome em vários formatos rsrs...
Mas realmente a mais difícil de "matar" é sem dúvida a da alma, que ainda bem, não se contenta com consumismos!
Beijo, um FDS excelente e meu kandando atravessando tanto mar
Realmente o consumismo tá crescendo, muito!! Na minha família, bem diferente do que fomos criadas , tenho consumistas e vejo as barbaridades... Pena!
ResponderExcluirbeijos,lindo fds!chica
Pois, e eu ainda não tenho no meu armário um daqueles kits elétricos para massagem, que na época me custou uma fortuna e eu garrei um ódio "ni mim" por causa dele, que guardo só pra me punir? A gente tem dessas coisas burricidas.
ResponderExcluirRezininha também é cultura. Não conhecia o palavrão.
Um beijo, meu bem.
Consumamos só o que for preciso,s né não?
Não sei se porque sempre aprendi a viver dentro de orçamentos mais ou menos justinhos - embora no momento a justeza seja quase um aperto... rsrsrsrs - não sou consumista. Acho que tenho poucos buracos na alma, graças a Deus! Claro que eu gostaria de ter um cadim a mais para fazer umas viagens e também para poder ajudar algumas pessoas, mas não sofro por isso. Outras coisas preenchem este vazio: o filho, os amigos, a música, os livros, o fazer cotidiano, o Cascata de Luz e mais uma tantas coisinhas.
ResponderExcluirReta final de vida e o mais importante é mesmo a paz de espírito. Beijinhos de sua Litle Angel
Puxa, não conhecia o termo! Gosto de aprender contigo e outros por aqui.
ResponderExcluirMas, como dizer que não consumimos quase nada, se o mundo atual é regido por isso apenas, pelo consumo e quando falamos consumo é tudo, porque se antes consumíamos, por exemplo, uma sobremesa simples que é goiabada com queijo, hoje estamos atrás de receitas elaboradas e cheias de itens.
Eu também já cai nesta esparrela de cabeleireiro, comprei um shampoo para deixar o cabelo mais platinado, só que o bendito deixava o cabelo cinza. Tá lá, esquecido no box faz tempo!
O pior dos consumos hoje em dia é o tecnológico, as pessoas não conseguem ficar mais do que um ano com um carro, com um celular mais moderno que o outro e coisas desse gênero. Meu marido espanta amigos quando veem que seu carro, novinho e bem cuidado, já tem mais de 5 anos, ele adora o carro e não tem problemas, por isto não vê razão para trocá-lo. Meu celular é daqueles basiquinhos, porque não gosto de falar naquilo em ambientes públicos, apenas o necessário, quando quero bater papos com uma amiga é de casa, deitadona no meu sofa e no meu telefone fixo.
Sei lá, este mundo tá mesmo ficando chato, haja vista que em todo lugar que você vai lá fora, por exemplo, são as mesmas lojas, as mesmas marcas, tudo igual e gente pra caramba, comprando, comprando.
Vou te enviar um texto legal sobre este tema, mas deixo aqui um comentário feito por um jornalista estrangeiro que percebeu esta loucura dos brasileiros em comprar, principalmente carros novos. Veja:
"Em um breve e irônico post publicado nessa semana na revista americana Forbes, o jornalista Kenneth Rapoza endereçou críticas aos consumidores brasileiros: "Não há status em um Toyota Corolla, Honda Civic, Jeep Grand ou Dodge Durango. Definitivamente, vocês estão sendo roubados"."
beijinhos cariocas
Oi, Regina. Eu não sou consumista, absolutamente. Sou tão pouco que até a mim irrita. E não é pão-durismo, é falta de vontade mesmo de sair comprando a torto e a direito. Sou enxuta nos meus gastos. rs (Podia ser enxuta, também, na minha figura, mas qual! rs).
ResponderExcluirMinha 2ª filha era quase que compulsiva nas compras, sem ter aprendido nem comigo nem com o pai, mas depois da filha modificou muito seu modo de gastar.
Principalmente as propagandas, as facilidades de crédito, são os responsáveis por esse loucura que tomou conta da maioria das pessoas.
Beijo!
Também já comprei muita coisa que nem sequer usei. O arrependimento bate, é inevitável. Muitas vezes o impulso é o inimigo declarado. PS: forte a frase da foto. bjs e bom fim de semana.
ResponderExcluirE os lixões só crescendo...
ResponderExcluirE os ferros-velhos inchando...
E a Natureza sofrendo...
E as pessoas comprando...
Beijos, moça.
Olá, RÊ
ResponderExcluirÉ um desejo natural,consumir - "a que será difícil resistir" - nesta sociedade de consumo. E que deixará de fazer sentido quando levado ao exagero - e as outras complicações mais para quem tiver pouco dinheiro e também pouco juízo...Com aconteceu por aqui...e agora estamos todos metidos num grande sarilho, de que não sabemos como sair, se alguma vez o conseguirmos...
Tema muito oportuno,Rê, agora que parece ter chegado a vez duma larga parte do Brasil ter sido apanhada por esta doença...
Beijinhos amigos; bom fim de semana.
Vitor
Pois é Re!
ResponderExcluirConheço gente que falta o de comer mas o carro ta na garagem, como pode né?
Bj
Sol
Regina querida.
ResponderExcluirTire essa raquete do caminho, guarde bem, você irá usá-la, e muito, quando vier aqui em casa.
O uso correto.
Pode amenizar a culpa de uma compra indevida.
Ontem, talvez pela proximidade de mais uma intervenção cirúrgica, fiquei aqui pensando, o que realmente é importante nessa vida.
Ao mesmo tempo que observava "Piões", centralizando uma piscina de quase 500 quilos pela segunda vez, no muque.
Porque o dono, o que eu chamo de feitor moderno, detectou alguns milímetros fora do nível.
Feliz é quem tem força e saúde, para carregar.
Isso não tem preço, liquidação, ou barganha.
Vibre por mim na manhã de segunda-feira dia 10.
Beijos
Wilma
Regina,
ResponderExcluirTambem nao sou consumista, gosto muito de passear nos shoppings, olhar, olhar, apenas olhar.
Alias, onde moro atualmente, quanto menos ter é melhor, visto que dá mofo em tudo!
Beijos
Com saudade venho desejar um Domingo na paz de Jesus.
ResponderExcluirUm encontro de carinho para desejar um lindo Dia,
Beijos no coração carinhosamente ,Evanir.
Olá Rê!!
ResponderExcluirÉ tão bom te ler!!!!
Quanta verdade dizes minha amiga ... quanta!
Mas enquanto não descobrir-mos o que nos falta realmente, essa vontade do ... inútil continuará, continuará!!
Bj, bom domingo.
obs: AAADDDoooreiiii os ... pernilongos, eita!!
Conhecedora dos "truques" publicitários, nunca fui demasiado consumista. No entanto, sempre havia algo pela qual me deixava seduzir mesmo não precisando. Estou já numa fase bem mais moderada!!!
ResponderExcluirSubscrevo teu texto...
Bjo :) :)
Rê, é incrível que meu comentário seja só isso, mas, essa tal raquete de matar mosquitos comigo funcionou maravilhosamente...por três dias!
ResponderExcluirDepois,ainda encontrei o vendedor e troquei por outra que funcionou por mais dois dias, e fim!
Claro que não encontrei mais o vendedor...
Quanto ao amor, continua a nos fazer sorrir, chorar, dizer e fazer besteiras...
Bjs!