CELEBRE ESSE ENCONTRO

Gosto de sair caminhando sábado, pela manhã, sem ter obrigações a fazer e com minha melhor amiga: euzinha.

A Savassi é um dos bairros de Beagá que, antes da era dos Shoppings, reunia as melhores butiques, bares e restaurantes da moda. Hoje, estão espalhados pelos quatro cantos dessa cidade que não pára de crescer. De qualquer maneira, gosto de passear por lá (não gosto de shoppings... podem acreditar!) especialmente nesse dia da semana.

A Savassi continua sendo um local onde quase tudo acontece, várias tribos – democraticamente – dividem suas ruas e praças. Entro nas livrarias , sem nenhuma pressa, buscando alguns livros da minha longa lista que também não pára de crescer. Ouço risadas, vejo caras fechadas, passos agitados e apressados, mãos ocupadas carregando compras. As minhas estão livres.

Sento num café para degustar um expresso e folhear minha última aquisição na Mineiriana (uma livraria das que mais gosto) e escuto – inevitável – o desabafo choroso:

- Ele sempre foi minha companhia, nunca meu companheiro!

Viajo nessa queixa, tantas e tantas vezes ouvidas no consultório. Sem distinção de sexo, estado civil ou idade. Até os jovens estão cansados da tal companhia só por uma noite.

Quando estão só, buscam incessantemente, por companhia. Quando estão acompanhados, por companheirismo. Realmente são palavras semelhantes, mas de significações que fazem “aquela” diferença.
Nesse instante me dou conta que minha melhor amiga, companhia de mim mesma, é cumplicidade companheira.

Peço um chope para celebrar esse encontro! (RR)