Olho
as paredes dos cômodos rachadas. Trincas que se fizeram à minha revelia. Transformações externas que afetaram o interno. Lembro-me
do casal que esteve, diante de mim, questionando as racha_duras da relação. As acusações e julgamentos são mútuos. Momento frágil onde há que se contar com a boa vontade das partes e perseverança. É assertivo afirmar, sem medo de errar, que boa vontade e
perseverança predominam sobre todos os outros fatores, inclusive o
sentimento, para a sobrevivência duradoura de uma relação. Ele é base, combustível, mas ele apenas não basta. Decidir no imediatismo
caloroso - de se livrar do desconforto - não é o melhor caminho. Primeiro
passo: desobstruir a escuta que se obturou em mágoas e não tomar nenhuma decisão! Fazemos um acordo: dar um tempo para avaliarmos os estragos e considerarmos as soluções. É possível ouvir o outro
sem pretextos? Onde foi parar o encantamento inicial? O tempo – cotidiano -
desfez. Todos sabem que o tempo anda sempre avante, indiferente aos
questionamentos humanos. Seres vivos nascem, crescem, envelhecem e morrem. Nenhum
momento jamais se repete. Cada segundo que passa é menos um segundo que temos
de vida. A passagem do tempo é um assunto meio deprimente – e evitado – mas também
fascinante. Perante ele, somos todos impotentes. Sua passagem é democrática e,
ironicamente, rígida e inflexível. Estamos perdendo tempo com essas brigas? –
perguntam. Tempo é um conceito fundamental na descrição das mudanças que
ocorrem no mundo e em cada um. Mudanças e transformações são características
fundamentais do mundo à nossa volta, e seu estudo necessariamente nos força a
pensar na natureza do tempo. Não se perde tempo reconhecendo o que antes nem
mesmo era vislumbrado – penso eu. Brigas? Verdadeiras batalhas? Se é assim a
possibilidade existente para um acordo de paz... En_frente_mos. Conviver dá trabalho e onde há trabalho não pode haver preguiça de
escutar, comunicar, corrigir e acreditar. O
reconhecimento das rachaduras e a procura de “mão de obra” especializada é um
grande começo, vocês não acham? Sem delegar ou acreditar em milagres, todos –
implicados – decidem por as mãos na massa. Temos muito trabalho pela frente...
E o tempo há de ter boa vontade também!
♥ E a vencedora é... ♥
-
E hoje é dia de B Coletiva ...A imagem da semana é essa acima:
Essa é minha participação no Projeto UMA IMAGEM, 140 CARACTERES!
Participem também! Basta...
Há 2 dias
Rêzinha sumidona, que texto bem construído, lúcido e generoso! Sinceramente: se não fossemos amigas, ainda que de encontros bissextos, eu gostaria de fazer análise com você. Relacionamentos são dor e epifania diariamente. Há que ter calma e vontade de seguir. Arguto e compassivo esse seu olhar. Beijos, Angelinha
ResponderExcluirLindo, muito bem escrito e cheio de verdades. Investir numa relação implica vontade de dar certo, conviver , acertar arestas e enquanto isso, o tempo tá passando, para ambos.
ResponderExcluirEle faz estragos no corpo e no interior de casa um e se deixarmos afetar também as "casas" ,aí ,só Deus sabe,srs
O bom é que se há um amor grandão, tudo fica bem mais fácil.O amor é ótimo pra moldar pessoas...
beijos,chica
Dia desses escrevi sobre o processo "trabalhoso" na construção da felicidade...aqui vejo a ressonância absoluta àquele meu pensar...não se pode ter preguiça, de natureza alguma, nesse caminhar...linda reflexão, Rê...e a partir de um fato "corriqueiro"....rachaduras na parede, uma obra danificando a outra...o que gera mais reflexão...
ResponderExcluirA boa vontade é primordial, e o tempo...inclemente...mão à obra, né?
Bjãzão, irmiga!
Vivendo e aprendendo a jogar,
ResponderExcluirnem sempre ganhando
nem sempre perdendo
mas, aprendendo a jogar!
Bjs.
Está lindo ! (:
ResponderExcluirAdorei *-*
Já foi dito que toda pessoa humana precisa ser reconhecida como humana pelos outros humanos.
ResponderExcluirNesse processo de reconhecimento e rachaduras se intercambeiam afetos, sonhos aspirações e histórias, quando tudo isso acontece a luz do Divã da Diva Regina, fica mais fácil, até mesmo a vida que pode se seguir.
Beijos.
Amei o Post
Wilma
www.cancerdemamamulherdepeito@blogspot.com
Questão complicada essa do relacionamento...
ResponderExcluirCada caso é um caso...
Infelizmente, não existe uma regra milagrosa, mas tolerância e compreensão ajudam!
Amor salva!
Beijos, Rê!
não sei não minha amiga...
ResponderExcluirtem casos e casos, mas quanto a mim só o sentimento ainda vivo, mesmo que com feridas poderá dar a volta ao assunto...
sem ele para que servem todas as estratégias?
beijo n. a.
.
Olá Regina e demais leitores!
ResponderExcluirOlha, em minha adolescência, e com minhas conhecidas, a vida era tão árdua, que não se casava para ser feliz. o lema era: "casar-se cedo para lutar cedo".
um pouquinho que melhorasse era bom lucro! Assim se tornava fácil qualquer casamento vingar...
Tão pouca coisa era deixada para trás: tempo curto (com excesso de trabalho e estudo), dinheiro curto (o salário ia para as mãos do pai), espaço curto (geralmente não se tinha seu próprio quarto), conforto curto (uma TV para todos, onde o pai determinava o canal, pouca "mistura" no prato, algumas troquinhas de roupas).
hoje, com vida de princesas, unigênitas, as garotas estranham muito a entrada no casamento: deixar de ser cuidada e passar a cuidar... Haja estrutura!
Um respeitoso abraço a todos,
Cri.
Oi loura, o respeito numa relação independe do amor, contudo se amor houver as intransigências serão fardo leve.
ResponderExcluirTexto impecávelmente elaborado e assunto dominado!
Aplausos!
Bacios na madruga, cara mia!
Rê,queridona!
ResponderExcluirTeu post, como sempre, bacana, pura refexão para uma noite como essa, tranqüila e fresca.
Eu acho que esse processo é trabalhoso, muitas vezes penoso, e tem casais que não agüentam a barra e se consomem. Estou nos 30 anos desta construção, com pequenas rachaduras, coisa fácil, só passar novo embosso, dar uma pinturinha daqui e dali e a gente vai levando, porque o alicerce é forte, que nem construção de português. Kkkkk
Super abraço carioca
"Conviver dá trabalho e onde há trabalho não pode haver preguiça de escutar, comunicar, corrigir e acreditar. " Grande verdade, seria tão bom se todos fizessem assim.
ResponderExcluirbjs
Jussara
Texto rico de verdade e intensidade. Bela escrita, bela história sobre vida!
ResponderExcluirBjs e ótimo fim de semana Regina!
Nem sempre é possível...mas tudo que queremos por essa vida é acertar,,,serguir o melhor caminho...beijos querida...linda noite pra ti e uma bela quinta feira....
ResponderExcluirSe não houver ao menos a tentativa do recomeço, aí lascou tudo, né? Se não se fizer uma autoavaliação pra saber em qual instante a canção perdeu um tanto de ritmo e a culpa não foi alheia, aí lascou também.
ResponderExcluirFeito nos velhos tempos, aqui venho e me deito... E nem fico querendo sair.
Beijos, Rezininha.
Por onde andarás?
Nossa! Tantas verdades!
ResponderExcluirRachaduras fazem parte, infelizmente;
sei que conviver dá trabalho.
E como dá!
Não devemos desistir da Pazz do nosso dia a dia; o tempo passa para todos e...Bem, eu não posso "falar muito sobre o assunto, é delicado* é pra se viver e sentir; quem sou eu q nem consegui manter meu casamento, e sozinha estou, que droga!
Sei não, viu!
Triste e sem acreditar muito.
Beijos*
e se der faz uma visitinha, quero muito saber tua opinião lá no post. É importante(polêmico.
Tchauzinho.
Viver implica mudar. Onde não há mudança não há vida. E rachaduras fazem parte - assim como a argamassa do reparo, que tem que grudar bem nos dois lados da fissura.
ResponderExcluirBeijos, menina.
Querida amiga
ResponderExcluirPreciosas palavras.
Penso que nascemos
com o corpo belo
e a alma cheia de rachaduras.
Com o tempo o corpo envelhece,
mas a alma se cuidada
se torna bela,
e depois,
despindo-se do corpo,
se revela bela,
plena,
perfeita...
Vamos semear esperanças pelo mundo
com os nossos mais bonitos sonhos.
Ei loura, bom dia!
ResponderExcluirDepois quando puder, dá uma passadinha no Escritos. Tem mistério por lá ... kkkkkk
"obriagada" rs
caríssima
bacios
Oi Rê!
ResponderExcluirEssas rachaduras olha ...!!!
Tou de volta, vim deixar aqui um bj.
Fica bem.
Re,
ResponderExcluirEu tambem penso que um acordo de paz é sempre a melhor solução.
As rachaduras são sinais evidentes que alertam para cada um cuidar com mais atenção, modificar e fazer melhorias essenciais na vida porque o tempo não perdoa, ele sempre segue em frente.
Beijos e otimo domingo
É isso aí Regina, conviver dá trabalho.... Mas que trabalho bom, especialmente quando aprendemos tanta coisa! Batalhas? Não, não chegamos a tanto! Costumo repetir o que já dizia Cecília Meireles: "Aprendi com a primavera a me deixar cortar e a voltar sempre inteira"
ResponderExcluirBeijinho Regina!
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com
Em primeiro lugar tem de querer que de certo, nada é fácil beijo Lisette.
ResponderExcluirDizia-me há uns tempos atrás o nosso amigo Rui da Bica que uma relação é como uma flor, que necessita de cuidados, sempre.:)
ResponderExcluirmil beijinhos, querida Rê
Amiga Regina, embora tenha sumido do meu Recanto, venho aqui para dizer que não a esqueci.
ResponderExcluirDesejo um Shaná Tová. Com meu filho acenderemos uma vela. E junto a ela rezaremos a D'us pela Paz.
Um fraterno abraço.
Beijos.
Uma semana repleta de carinho e muita poesia pra ti minha amiga querida,,,beijos e flores...
ResponderExcluirVivência, convivência, relacionamentos... enfim, tudo é muito complexo e também concordo que a passagem da vida é bem deprimente, e se formos parar para pensar em tudo o que passou, dá uma mistura grande de sentimentos. Beijos e boa semana.
ResponderExcluirRelevante este post/partilha...
ResponderExcluirTudo tem de partir de dentro, do nosso querer, seja em que circunstância for.
Vou fixar a frase que achei adequadíssima "Sua passagem é democrática."
Continuo no seu/meu aprndizado...
Bjus, querida RÊ