"Saiba que seus descendentes serão estrangeiros em terras alheias, e serão escravizados e oprimidos por centenas de anos. Mas eu farei o julgamento à nação para a qual eles servirão, e no fim, serão livres, com muita riqueza..." (Gênesis, 15:13-14)
Amanhã será a primeira noite da páscoa judaica. Uma das festas que mais gosto. A família e amigos reunidos em volta de uma mesa caprichosamente arrumada. Na tradição judaica e na história, Pessach é uma das festas caracterizadas por sua diversidade e seus vários significados. É uma festa que comemora a saída da escravidão e o Êxodo do Egito. É a festa de unidade nacional de um povo no caldeirão da angústia e salvação. A festa da grandeza da família Judaica que conhece a maravilha de estar junta como uma família. É a festa da primavera, na qual o florescimento da natureza simboliza a renovação e o despertar de um povo que se encanta com a vida. Acima de tudo é a festa de liberdade, a liberdade de cada Judeu e a liberdade do povo Judeu.
Gosto da leitura que a cabala faz dessa celebração. Todo mundo tem algo que incomoda, sufoca. Emoções, desejos, pessoas, pensamentos, hábitos. E D’us, com a sua misericórdia, construiu sistemas cósmicos que facilitam a transmutação destas escravidões!
A Páscoa, Pessach, significa passagem, ela é o auge de um marco astral de transformação, morte e renascimento, sob o sol em Áries, recebemos a luz da motivação, do entusiasmo e da ação, enquanto a lua, no seu auge de luz (lua cheia maravilhosa!), ilumina nossa consciência e nosso caminho. Toda esta energia cósmica aparece para promover a nossa saída do Egito e a busca da terra prometida – um objetivo a frente.
O Egito pode ser muitas coisas: a nossa falta de identificação conosco e apego à identidade do outro, por exemplo. Com isto, saímos freqüentemente de nosso centro, isto é, de nosso corpo. Viajamos, fantasiamos, ficamos excessivamente presos nas fantasias, e longe de nosso corpo, longe de nosso eu. Logo, alguém ocupa o corpo, o espaço! Sim isso mesmo. Algo ocupa nosso lugar, nossa identidade e acabamos por estar presos a forças de energias negativas.
Saímos da escravidão quando enxergamos que há outra realidade além desta, finita e irreal. A partir dai alguns acontecimentos mudam nosso rumo, passamos pelo Mar Vermelho, que se abre, deixando ver o outro lado, e quando se fecha não se pode mais voltar para trás, pois nos comprometemos com os novos planos. A força para destruir aquilo que existe de mal, para se obter uma cura, não ocorre por espontânea vontade da força Divina, mas por uma ação iniciada aqui embaixo, por nós mesmos. Ação esta que não significa movimento de corpo, mas de consciência e vontade. É preciso ação para atrair a luz interna e externa.
Saímos da escravidão quando enxergamos que há outra realidade além desta, finita e irreal. A partir dai alguns acontecimentos mudam nosso rumo, passamos pelo Mar Vermelho, que se abre, deixando ver o outro lado, e quando se fecha não se pode mais voltar para trás, pois nos comprometemos com os novos planos. A força para destruir aquilo que existe de mal, para se obter uma cura, não ocorre por espontânea vontade da força Divina, mas por uma ação iniciada aqui embaixo, por nós mesmos. Ação esta que não significa movimento de corpo, mas de consciência e vontade. É preciso ação para atrair a luz interna e externa.
O keará (prato especial) deve conter seis elementos culinários simbólicos que são consumidos por todos os participantes: três matsot (pão ázimo) que representam o povo judeu em sua totalidade (Cohanim, Leviim e Israelim); marór, raiz-forte simboliza a amargura e o sofrimento impostos aos judeus, enquanto escravos no Egito; karpás, verduras /salsão fresco lembra o hissopo (Ezov), usado pelos Filhos de Israel para aspergir sangue nos batentes das suas casas, antes da praga dos primogênitos; chazéret, costuma-se usar alface romana que é mergulhada em água e sal para lembrar o mar, complementam o marór; charosset, mistura de maçã ralada, vinho tinto, nozes, canela e mel que representa a argamassa usada pelos judeus na construção das edificações do Faraó e o trabalho pesado a que eram obrigados; zerôa, que significa braço, em hebraico, simboliza o Braço poderoso com que D'us tirou o povo do Egito, osso de cordeiro ou pescoço de ave queimado; e beitzá, ovo cozido de triplo significado -o segundo sacrifício, que só era oferecido no templo em Pessach, o luto que os judeus devem guardar eternamente pela destruição dos dois templos de Jerusalém e ainda,símbolo da vida e da continuidade.
Ao terminar o Seder (ordem) suplicamos a D’us que consigamos levar as nossas almas a mensagem de liberdade que aparece em cada palavra sua e ato. Que esta mensagem nos inspire para quebrar nossas cadeias, prisões e escravaturas de intolerância, egoísmo e ódio. Que nos ajude a compreender que não podemos ter liberdade a menos que estejamos dispostos a dá-la aos outros. Que a luz da liberdade penetre até os mares de todos os mundos e acabe com a escuridão e tirania, até que esta deixe de existir, e que todos os homens sejam livres! E assim, com esta lembrança, todos tenham em mente a eterna lição de saber como tratar àqueles que estão em dificuldade e entender /viver melhor o valor da liberdade! Aproveito para desejar, a cada um dos meus amados, uma semana santa liberta e em paz. FELIZ PÁSCOA! (RR)P.S: Em tempo de pós-modernidade o vídeo abaixo nos conta, um pouco, a história dessa festa. Sinto que é inglês, mas para aqueles que sabem um pouquinho da história e nada dessa língua irão entender sem problemas. (RR)
Fontes: (Beit Chabad, Cabala, ETH, Revista Morashá, Web judaica e história de vida) Imagem: (internet e arquivo pessoal) Vídeo: (enviado pela mana Léa)
Adoro as tradições judaicas.Tenho amigas aqui que as cultivam e me encanto sempre!Lindo!beijos e ótima passagem...chica
ResponderExcluirRe
ResponderExcluirvim aqui aprender mais um pouco com vc.
beijinho
Que presente de post!!!
ResponderExcluirA tradição é um dos alicerces na formação da identidade de um povo.
Um povo sem tradição/cultura é um povo sem identidade, sem auto-estima, sem orgulho de sua história.
Ter como tradição de Páscoa a lembraça de supermercados lotados, com ovos de chocolate de todos os tipos e tamanhos pendurados; aquela preocupação para calcular quantos são necessários para presentear amigos e parentes, enfrentar filas a procura de um bacalhau mais barato.
Não é de fato algo que nós de tanto orgulho assim, enfim cada povinho tem a Páscoa que merece.
Bjs.
Wilma
www.cancerdemamamulherdepeito@blogspot.com.br
- O povo judeu tem, sem dúvida, a mais antiga - e por isso mesmo a mais rica - tradição sobre a passagem da escravidão à liberdade. Não é atoa que as celebrações cristãs preservaram a maior parte do conteúdo simbólico do Pessach. Pena que interpretações mais radicalizadas tenham afastado as duas comemorações. Mas o AM'R prevalecerá.
ResponderExcluir- Regina, a minha mensagem está programada para a quarta-feira próxima, e nela está uma parte de ti. Abraços, bom Pessach, boa Páscoa.
Regina: Lindo Post, São trdições que não se perdem nos, Cá aonde eu moro Rio Tinto Porto, fazem-se umas comemorações da Semna Santa, há mais de duzentos e cinquenta anos quando foi da Implantação da República, em Portugal foram proibidas festas Religiosas e Procissões e o Povo de Rio Tinto desafiou o Governo de então e continuaram sempre todos os anos a comemorar a Semana Santa mesmo com a proíbição do governo eles continuaram sempre com a mesma devoção e a mesma fé.
ResponderExcluirBeijos
Santa Cruz
Nossa adorei seu texto, e bem legal saber como é a tradição judaica do Pessach, já tinha ouvido falar mas ainda não tinha lido nada sobre, beijão Regina.
ResponderExcluirUma santa semana para você.
ResponderExcluirObs:grato pelas suas palavras carinhosas.
Beijo.
Ainda bem que temos pessoas com espirito verdadeiro da páscoa... !!!
ResponderExcluirTinha que ser de ti que eu esperava algo tão munitinho ansim.....
Deusssssssskiajude
Beijos
Tatto
Ah, as tradições judaicas!... Sempre tão lindas e cheias de significados. O Pessach = Passagem tem o mesmo sentido para os cristãos, só que a idéia é passar de uma vida de erros para uma vida melhor. E creio que os ovos de Páscoa tenham sua origem mais remota no ovo presente no prato dos hebreus, significando renovação.
ResponderExcluirCada um dentro de sua tradição, vamos ecumenicamente celebrar esta data tão linda, de esperança em algo maior. Beijinhos, feliz Páscoa para você, minha amiga. Angelinha
Olá, Regina!
ResponderExcluirÉ sempre bom sabermos um pouco mais sobre culturas alheis pra não cometermos nenhuma bobagem!
Bjs!
Rike.
O que mais me encanta nesse memorial é que devemos olhar para trás apenas uma vez no ano e seguir rumo aos sonhos... As ervas amargas servem pra nos impulsionar, as amarguras que já passamos, servem como antídoto para outras,saberemos que o choro pode durar uma noite, mas a alegria virá com o amanhecer.
ResponderExcluirShalom Aleichem!
ps. João Pedro passará por aqui.
Ótimo texto Rê!
ResponderExcluirBjs amiga.
Muito engraçado esse vídeo, "noticiando" os acontecimentos do êxodo, como seria nos nossos dias...
ResponderExcluirInteressante que eu vivi na minha adolescência próximo de um bairro onde haviam muitos judeus, estudei no ginásio por dois anos num colégio dirigido por judeus, mas sabia tão pouco da cultura judaica. Interessante você divulgar esses detalhes!
Abraços!
E um feliz Pessach!
É linda e admirável essa tradição...
ResponderExcluirlinda a postagem..
beijo querida minha..
Me encanta (hoje estou craque em usar essa expressão) o amor com que você fala sobre eventos assim, que simbolizam só coisas boas, embora tenha intrínseca todo o sofrimento do povo judaico.
ResponderExcluirFeliz Pessach, minha tão querida Regina.
Beijos de saudades.
Querida amiga Regina!
ResponderExcluirSempre que venho encontro um belo trabalho e este é um belo tema! Adori mesmo muito, parabéns!
Quero ver você láo meu novo:
"Transpondo Barreiras"
Um beijoa e bela semana.
Sempre interessante ver a diversidade nas diversas culturas...grande beijo de linda semana pra ti querida...
ResponderExcluirOlá Rê. Já estou de regresso da escapadela antes da semana da páscoa (é mais barato! :)) )Muito interessante essa tradição pascal judaica. Curiosamente na minha família sempre se deu uma importância maior ao Natal que á Páscoa !
ResponderExcluirBeijoooo !
.
Respeito e admiro as tradições judaicas. Gostei muito da descrição do prato. Boa Páscoa!
ResponderExcluirQuerida amiga, cresci em uma chácara em que meus pais eram caseiros, e os donos eram judeus, você me fez relembrar com muita saudade de tudo o que vivi junto a eles. Tenho respeito profundo por esse povo e suas tradições. Feliz Pessach. Tenha uma linda semana. Beijocas
ResponderExcluirOlá!!!
ResponderExcluirComo é boa a páscoa, adorei o post.
;0) beijinhos Binis
www.binisartedesign.blogspot.com
Regina.
ResponderExcluirAdorei a maneira como escreveu sobre esta linda tradição, simples e de fácil entendimento.
Eu estou encantada lindo mesmo. Parabéns amiga de longa data do blogger e companheira de idéias e principalmente por esta doação, o ato de dividir vida e conhecimento.
Uma Páscoa repleta de Amor ao lado de sua família.
Renata
Regina.
ResponderExcluirO que ocorreu com os outros comentários não sei...Blogger sempre o Blogger...
Fiquei feliz em você ter ido e comentado novamente.Coautoria, nunca pensei em participar de nada, ouvi algumas coisas que não, como direi, foi legal...
Mas tenho ocê amiga que me dá força.
Beijo