Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

São Paulo/Prato Principal



1) Museu da Língua Portuguesa

2) Estação da Luz

3) Pinacoteca do Estado de São Paulo

4) Estação Pinacoteca - Memorial da Resistência.

Ainda hoje me pergunto se realmente estive em São Paulo depois dos passeios de sábado. A gente fala sempre, com euforia, do que vemos no estrangeiro: museus, patrimônios históricos, arquitetura, artes, praias, hotéis, resorts... Temos muito o que conhecer, admirar e principalmente valorizar nesse Brasil imenso, diverso e maravilhoso. Por vários motivos, ainda não tinha ido conhecer esse “pedaço” magnífico de São Paulo.
A Estação da Luz ocupa 7.500 metros quadrados do Jardim da Luz e foi construída entre 1895 e 1901 para substituir a primitiva estação de 1867, idealizada pelo barão de Mauá. A estação, com projeto de estilo vitoriano e material importado, já nasceu como a principal da Companhia São Paulo Railway e tinha como responsável o engenheiro James Ford. Marco histórico para a cidade, foi responsável pelo escoamento da produção de café. O seu relógio era referência para acertos na cidade.Em 1946, um incêndio quase destruiu o local, que foi reconstruído com algumas alterações. O complexo arquitetônico de 1901 foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat), em 1982. A Estação da Luz passou por um processo de restauração. A parte interna, as fachadas laterais e a principal foram concluídas no aniversário de 450 anos da cidade de São Paulo. O local abriga também o Museu da Língua Portuguesa, um centro de referência do nosso idioma com exposições, sala de capacitação para professores, palestras, sala de consultas e eventos culturais.
"Os limites de minha linguagem são os limites do meu mundo". (Ludwig Wittgenstein)
Recursos de interatividade e tecnologia para apresentar os conteúdos, são os diferenciais de um dos museus mais frequentados do Brasil. O acervo é exposto de forma inovadora e inusitada. A visitação é feita de cima para baixo. No auditório do terceiro andar pode ser assistido um vídeo de dez minutos sobre o surgimento da língua portuguesa. Depois a pessoa passa para a Praça da Língua, onde um audiovisual, com textos projetados por toda a sala, ilustra a riqueza do idioma falado no Brasil.
"Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura". (João G. Rosa)
No segundo andar uma galeria exibe uma tela de 106 metros com projeções simultâneas de filmes sobre o uso cotidiano do português. Totens - esta seção leva o nome de “Palavras Cruzadas” - explicam as várias influências de outros povos e línguas na formação do idioma. Uma linha do tempo que mostra a história do idioma e uma sala (Beco das Palavras) com jogo eletrônico didático sobre a origem e o significado das palavras encantam pelos recursos interativos. Completa este andar uma exposição de painéis que mostram a história do prédio que abriga o museu e a Estação da Luz.
"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo". (Álvaro de Campos)
Por fim, o primeiro andar possui um espaço para mostras temporárias. A inauguração homenageou "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa. Já houve também exposições sobre Clarice Lispector e Gilberto Freyre. Até 14/06 estava, a que visitei, “Palavras sem fronteiras – Mídias convergentes” baseada na obra homônima de Sergio Corrêa da Costa. Os elevadores do museu também compõem o espaço expositivo, pois tem vista panorâmica para a Árvore da Palavra, uma escultura de 16 metros criada pelo artista Rafic Farah, e ainda oferecem áudio que repete um mantra composto por Arnaldo Antunes!
"Não facilite com a palavra amor". (Carlos Drumond de Andrade)
Tudo na Pinacoteca do Estado de São Paulo transpira cultura. O prédio por ela ocupado hoje foi projetado por Ramos de Azevedo em 1897 para constituir o Liceu de Artes e Ofícios. Suas paredes de tijolos não revestidos e amplas janelas passaram por uma reforma recente. Hoje, o prédio conta com salões restaurados, pátios internos cobertos, telhado recuperado, projeto luminotécnico adequado à exposição cultural, entre outras modernizações.A Pinacoteca do Estado de São Paulo abriga importantes exposições nacionais e internacionais. Além disso, conta com um acervo permanente com mais de 4 mil peças, reunindo trabalhos de expoentes da arte brasileira e mundial. As visitas monitoradas e lanchonete totalmente integrada ao clima artístico fazem parte da estrutura de recepção ao visitante, que sai das dependências simplesmente deslumbrado, como eu fiquei, com a qualidade de tudo o que constitui a Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Já a Estação Pinacoteca e o Memorial da Resistência é o depositário de uma história repleta de significados. É um monumento/documento que nos permite "recordar" enquanto sinal do passado, e "informar", por seu significado econômico, político, social e cultural. O prédio (inaugurado em 1914) foi originalmente construído para abrigar os escritórios e armazéns da Companhia Estrada de Ferro Sorocaba. Em 1919, diante do crescimento da cidade e da ferrovia, a direção da companhia, decidiu investir à altura do progresso surgindo assim a Estação Júlio Prestes (que hoje abriga a Sala São Paulo).
Inaugurada a nova estação e para lá transferidos os escritórios da Cia., este edifício sofreu várias reformas, mudou de função e passou a abrigar em 1940 a Delegacia Especializada de Explosivos, Armas e Munições, vinculada ao DEOSP/SP (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de SP).
Hoje, além de ser um espaço para o desenvolvimento de inúmeras atividades museológicas no campo das artes visuais, é também um lugar dedicado à preservação da memória da resistência e da repressão, para que as novas gerações encontrem, aqui, não só as informações sobre as atrocidades da repressão, mas sobretudo, as inspirações para a valorização da solidariedade, dos princípios democráticos e do respeito à diferença!
É com essa frase que iniciamos e terminamos nossa visita: "ENQUANTO LEMBRAMOS TUDO É POSSÍVEL". (Elie Wiesel)



















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