Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

VIDA


Tenho um amigo, amado, dos tempos iniciais do divã. Já faz tempo que ele não comenta, mas conversamos por email e conservamos uma amizade iniciada aqui. Conhece-me bem. Sabe de minhas crenças, gostos, desgostos e fé. Recebi dele esse pequeno grande diálogo e partilho com vocês. JC, amaaado, OBRIAGADA!

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:
- Você acredita na vida após o nascimento?
- Certamente que sim. Algo tem de haver após o nascimento! Talvez estejamos aqui, principalmente, porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento. E como verdadeiramente seria essa vida, se ela existisse?
- Eu não sei exatamente, mas por certo haverá mais luz lá do que aqui... Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comamos com a boca.
- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: a vida, após o nascimento, está excluída – o cordão umbilical é muito curto!
- Na verdade, certamente, há algo depois do nascimento. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui...
- Mas ninguém nunca voltou de lá, para falar sobre isso. O parto apenas encerra a vida. E, afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e, através dela, nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria!
- Eu não acredito. Eu nunca vi nenhuma mamãe. Por isso, é claro, que não existe mamãe nenhuma!
- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, podemos ouvi-la cantando; ou sentimos como ela afaga nosso mundo... Saiba: eu penso que só depois de nascidos nossa vida será mais “real”, pois ela tomará nova dimensão. Porque aqui, onde estamos agora, apenas estamos nos preparando para essa outra vida... (Desconheço a autoria)

19 comentários:

  1. Oi querida.

    Amei o conto.
    Daria para ser comentado por diversos angulos...
    Alguns seres são otimistas, outros mais pessimistas..
    mas de qualquer maneira, viver é um desafio.....

    Te deixo um beijo...

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  2. Rêzininha....

    É bem a cara do tal ser-zinho úmano meRmo né? Quéstions, quéstions forévis !! rss
    Quem saberia como seria o conversamento dos "permatiozóidinhos" drentro do.... Ah!! Deixa pra lá vai! kkkkkkkkkk

    Deussssssssssssssskiajude
    Beijo
    Tatto/Xipan

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  3. Ré, querida, adorei o diálogo. Dá resposta e recoloca as questões transversais à história da humanidade. como não consigo partilhar no facebook, através do seu blog, vou "roubar". Abreijões

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  4. LINDO texto,Rô!beijos praianos,chica

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  5. Que bom se fosse assim para todas as crianças né?!
    Bjs.

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  6. Rê Amiga,
    Os serzinhos receiam uma vida que não pediram mas que não poderão deixar de viver.
    Um xião,
    J

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  7. Que beleza de texto, Rô!
    Ele simplesmente nos traz esperanças, tanto no nascimento quanto o que vem depois dele.
    Lindo e otimista!
    beijo grande, carioca

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  8. Gostei muito, a relação com a nossa passagem..... é bem assim. sair daqui, para onde???? como será lá?????? bjo

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  9. Nossa.. que diálogo intra-uterino, bem legal. Uma bela reflexão mesmo.Traz mensagem de esperança , fé e força .Parabéns!
    bjos
    Sheyla.

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  10. Com certeza um dos melhores contos sobre espiritualidade.
    Obrigada por compartilhar.
    bjs.
    Wilma
    www.cancerdemamamulherdepeito@blogspot.com

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  11. Só hoje recebi este texto DUAS vezes. Coincidência? Não creio. As coisas vêm acontecendo muito rapidamente na minha vida neste momento. Lembra que lhe falei do livro sobre Santos Dumont? Temos que conversar mais sobre isso. Deixa só eu ler mais um pouquinho, ok? É um livro longo, mais de 500 páginas e muito mais do que isso em conteúdo. Há que ser uma leitura atenta. Por enquanto, beijinhos, Angelinha

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  12. esse segundo sentido do diálogo dos bébés é o que tantas e tantas vezes afirmo de outro modo...
    quem sabe se não estaremos só a cumprir um estágio para um propósito bem maior?
    beijo n.a.

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  13. Uma escrito incrivel vou até copiar para poder reler off line. Curti

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  14. E que seja vivida plenamente. mesmo que seja somente uma. Bjos flor

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  15. Ah, o que o autor de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" não escreveria sobre essas "Memórias do Útero"?
    Reflexões... beijos.

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  16. Ah, eu achei fofo e adorei a metáfora. Os papos dos crentes e descrentes ocorre bem assim, cada um querendo fazer o outro compartilhar de sua opinião.

    A mamãe existe. Não somos nadinha sem ela. E eu creio sim em vida após o nascimento... Eu acho.

    Beijos, e não te preocupa, um dia o blogger te amará tanto quanto ama a mim.

    Hahaha!

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  17. Sempre irá existir duvidas na vida da gente, o ser humano é sempre complexo de se explicar....grande beijo de bom dia pra ti amiga.

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  18. O conto é lindo adorei, sempre fantasiamos sobre o desconhecido! Mas sabemos que Deus/mãe cuida de cada um de nós apesar de não o vermos.
    Gdbeijo

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  19. Que delícia, Rê! E que saudade!
    Eu fiquei imaginando: "Se fosse possível, uma situação dessas, qual bebê eu seria?". Espero que o otimista, o que tem visão de futuro e compreende o nascimento como tal. Nascer para a vida, não para a morte.

    Beijo, Rê.

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