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Imagem: Karin Izumi |
Nunca fiquei tanto tempo sem
escrever por aqui. Não era minha intenção. Afinal, janeiro é aniversário do
Divã Nosso de Cada dia. Seis anos! Pode parecer pouco para alguns blogueiros de
carteirinha, mas para mim é muito. Muitas horas, dias, semanas, meses e anos de
partilha... Alegrias, tristezas, lágrimas, sorrisos, torcida, revolta,
indignação, apoio, orações e amigos. Sim. Posso dizer que fiz amigos através
dessa telinha e que acho isso fantástico: “um show de VIDA”! Com as tais redes
sociais percebi que - ano passado - tanto as minhas visitas, como as dos meus
amigos aqui, se bandearam lá para, principalmente, o Face Book. Uma certa
preguiça da leitura mais demorada, comentar sem ser com emotions requer tempo.
Esse mesmo que passa voando e nos espreme entre as urgências cotidianas de cada
um. Fazer o quê? Viver. Cada um à sua maneira e fazendo valer seu desejo mais
íntimo! Logo no início de janeiro, dia 06, celebrei o dia de Reis que, para mim,
é o dia oficial da Gratidão. Recebi um pequeno grupo de amaaados com uma
alegria que vocês poderão constatar nas imagens abaixo.
É aprendizagem
sermos gratos?
Não
deveria ser um momento natural celebrar a nossa existência? A saúde, o
alimento, o conforto de uma cama, o trabalho ou a busca de, as paixões, os
amores, família, amigos e todas as pequenas preciosidades que trazem alegria à
nossa vida?
O que
valorizamos? Quem apreciamos? Como expressamos nossa gratidão aos outros?
Seria a
gratidão um conjunto de vários sentimentos? Amizade, carinho, amor, bem
querência - doses diárias - em nossas ações. Um simples e sincero obrigado ou
até mesmo um, embriagado, obriagado recebe como resposta um... De tudo!
(Re)
conhecimento de que não somos os únicos responsáveis pela nossa própria
condição. Ser grato é (re) conhecer que outras pessoas também participaram na
produção de nossa vida. Um pouco de humildade que obriga a reconhecer o outro
como parte de nossa alegria. É poder dedicar, compartilhar a graça recebida.
Mas, é importante não confundir gratidão com bajulação ou lisonjas, com
servilismo. Não há hierarquia na gratidão, não há diferenças. Sentir-se grato,
com um sentimento constante de dívida impagável, pode não ser muito saudável. A
gratidão é sempre boa na medida da alegria que a acompanha. E a angústia de uma
dívida constante carece de alegria.
A
gratidão nos lembra do que é realmente importante. Fica até difícil reclamar
sobre as pequenas coisas quando somos gratos por nossos filhos estarem vivos e
saudáveis. Por estarmos vencendo etapas de dificuldades. Só nos lembramos do
funcionamento, ligado no automático, dessa máquina – perfeita - de nome corpo
quando estamos na ausência dele. Quantas vezes é preciso quebrar uma perna,
fazer uma cirurgia, ficar sem poder alimentar pela via usual para agradecermos
os passos dados, as papilas gustativas ou tudo que gratuitamente temos?!
A gratidão
transforma o negativo em positivo. Sejamos gratos até mesmo pelos desafios.
Tarefa fácil? Claro que não! E desde quando nos disseram que viver o seria?
Agradeço vocês, todos os dias,
por me ensinarem a intensidade do privilégio desse (con)VIVER!
Intensidade.
Atributo da vida boa. Tão boa que a gente não se dá conta de ter vivido. A
relação vivida com o mundo satisfaz tanto que não cogitamos outra. A
consciência é plasmada no real. Perde a noção de si mesma.
Na
intensidade, desaparece passado e futuro. Porque a vida reconcilia com o
presente. É absorvida por ele. Por isso, quando a vida é intensa o tempo passa,
e não percebemos. Pelo menos para nós é centelha de eternidade. Presente que
não vira passado. VIDA que é um maravilhoso PRESENTE!!! Sejamos gratos. Sou
grata por mais esse ano que tenho pela frente e a cada um de vocês: amaaados meus!