Sempre fui uma pessoa alegre.
A descoberta de uma fotografia- tirada pelo meu primeiro chefe- e a dedicatória
nela contida, reafirma esse meu estado de ser. Nunca precisei lançar mão de
álcool para me soltar e ficar “alegrinha”. Aliás, só aprendi a beber,
socialmente, bem mais velha. Geralmente as pessoas, que convivem conosco, acham
estranho você estar - às sete da manhã - de bom humor e alegre. Há que se ter
um motivo! De graça não pode. A imaginação corre solta... Vai desde uma noitada
de sexo selvagem, aumento de salário, promoção, até ter ganhado na loteria.
Perguntas do que você anda tomando também acontecem. E eu respondo: “tóchico”
na veia. Pois vou dizer: não mudarei meu jeito de ser. Falo alto, sorrio solto,
enrubesço diante a maravilha do amanhecer e me escandalizo com a descoberta do
nascimento de uma florzinha miúda no meu vasinho predileto. Fico alegre
assim... Com o simples despertar para mais um dia. Claro que tenho chateações,
instantes de raiva, indignação, revolta, problemas, como qualquer mortal. Mas
há seis anos, depois de descobrir uma doença mamária e lutar pela minha saúde e
vida, refiz e renovei meu contrato com ela. A partir daí revi meus valores e
decidi que, sendo merecedora de estar nesse plano, não desperdiçaria a alegria
de estar viva por nada nem ninguém! E assim tem sido e assim será. Alegria não
contagia?! Pura balela. Já a tristeza é vírus de imensurável solidariedade. Alegria
incomoda, incomoda, incomoda muita gente! É mesmo um “tóchico”. Com tantos disponíveis decido por ela! O
máximo que pode acontecer é ter que conviver com seus efeitos colaterais.
Então,
se você se incomoda, é difícil, não é tranqüilo nem favorável em conviver com a
alegria alheia, retire-se... Simples assim!