"Seria injusto censurar a civilização por tentar eliminar da
atividade humana a luta e a competição. Elas são indubitavelmente
indispensáveis. Mas oposição não é necessariamente inimizade;
simplesmente, ela é mal empregada e tornada uma ocasião para a
inimizade."(Freud/Mal Estar na Civilização/1929).
Se minha mãe estivesse viva repetiria, em sua sabedoria, que religião, política e futebol não se discutem. Pelo menos não no nível que vimos. E que no final das contas e início de todos os contos dá no que dá: nada de viveram felizes para sempre! Esperei esse par de dias para colocar minhas ideias e sentimentos em certa organização. Logo após o resultado das eleições fui acometida de uma tristeza estranha, amarga. É claro que ninguém gosta de perder e tinha fé que meu candidato iria ganhar. Não importa se foi apertado, mas perdeu! E agora? Agora não quero ler as contínuas ofensas dos vermelhos contra os azuis e vice-versa. Muito menos as piadinhas - sem a menor graça - contra nós mineiros. Tenho honra e orgulho do meu estado, berço de grandes estadistas, artistas, intelectuais e gente como eu: trabalhadora, honesta e brasileira. Perdeu aqui? É, perdeu nas minhas Gerais. Decepcionante sim e já analisado pelos estudiosos os motivos. Para mim somos um único país e povo desejoso de tempos melhores para todos! Eu desejei e continuo!
Se minha mãe estivesse viva repetiria, em sua sabedoria, que religião, política e futebol não se discutem. Pelo menos não no nível que vimos. E que no final das contas e início de todos os contos dá no que dá: nada de viveram felizes para sempre! Esperei esse par de dias para colocar minhas ideias e sentimentos em certa organização. Logo após o resultado das eleições fui acometida de uma tristeza estranha, amarga. É claro que ninguém gosta de perder e tinha fé que meu candidato iria ganhar. Não importa se foi apertado, mas perdeu! E agora? Agora não quero ler as contínuas ofensas dos vermelhos contra os azuis e vice-versa. Muito menos as piadinhas - sem a menor graça - contra nós mineiros. Tenho honra e orgulho do meu estado, berço de grandes estadistas, artistas, intelectuais e gente como eu: trabalhadora, honesta e brasileira. Perdeu aqui? É, perdeu nas minhas Gerais. Decepcionante sim e já analisado pelos estudiosos os motivos. Para mim somos um único país e povo desejoso de tempos melhores para todos! Eu desejei e continuo!
Freud não era um teórico
político, assim como não era historiador das religiões ou arqueólogo. Era um
psicanalista que aplicava os recursos de seu pensamento às diversas
manifestações da natureza humana. Mas ele fundou sua análise da vida social e política
numa natureza humana muito própria. Recorri a seus textos - Psicologia das Massas,
O Futuro de uma Ilusão e O Mal Estar na Civilização – para ordenar meus caos.
Visualizar o fenômeno político, como expressão da
esfera individual, em sua dimensão subjetiva, e tendo como fundamento a
ansiedade, pode levar a negar a situação política objetiva. Da mesma forma, o
protesto social, na visão psicanalítico política, pode ser visto como sintoma
neurótico, abrindo espaço à Psiquiatria considerar a sociedade conforme as
malhas do modelo médico mais autoritário: o modelo hospitalar clássico.
Ao rechaçar o maniqueísmo ingênuo, que consiste em
rotular como “boa” ou “má” tal ou qual política, a Psicanálise vincula como
“soluções dramatizadas”, de uma temática que tem a sua gênese na vida pessoal.
O governante tem o verdadeiro poder, mediante a
atribuição ilusória de seus partidários.
A imagem freudiana do
pai, como modelo de autoridade, vincula-se diretamente com a ideia de que na
sociedade ocidental qualquer tipo de autoridade será submetido a crises.
A atitude psicanalítica
reforça o distanciamento ante a autoridade. Freud agrega a contribuição da
análise psicanalítica à crítica do conceito de legitimidade, já muito
desenvolvida nas ciências sociais. Para Freud, a dimensão política é uma
extensão da esfera privada; assim, a veneração exagerada ante o homem público é
uma recorrência da adoração do filho pelo pai. Freud considera a personalidade
pública como um carente de atenção e afeto, derivado das relações pessoais! E essa lembrança, nesse momento, me bastou para reorganizar o meu caos.
Está amargando a
derrota? Fui perguntada. Respondo:
Jiló na sopa, conserva de
jurubeba, chá de boldo ou de carqueja... De vez em quando, o amargo dá o sabor
do dia. Algumas pessoas gostam muito, juntam o útil ao desagradável e ainda
fazem cara boa. Há quem usa o amargo para transformar a comida insossa em um
algo mais palatável. Claro, depois de uma jurubeba, até arroz sem tempero fica
bom. E há quem nem mesmo experimente. Jamais faria parte deste grupo. Posso até
fazer careta e engolir rápido, mas experimento. Por vezes, até gosto, como no
caso do jiló cozido inteiro dentro da sopa.
Jiló dentro de uma sopa de legumes é uma surpresa, ele intensifica o sabor dos outros ingredientes. Não fica tão amargo, chega quase a ficar adocicado, mas faz a cenoura aparecer, a batata ganhar graça, a abóbora brilhar e a batata doce se superar. Precisa ser cozido inteiro. Colocar só um pedaço atrapalharia toda a receita. Aí, sim, ficaria amargo.
Acho que tem a ver com a vida também. Nos dias amargos, tentar viver pela metade é a pior estratégia. Melhor entrar por inteiro na tristeza, na decepção, na frustração, para entender melhor, para poder sair mais forte, para saber que, no final das contas, a vida tem disso e que, apesar dos pesares, vale a pena ser saboreada às colheradas.
A vida não é sopa, mas pode ser gostosa, inclusive com os seus amargos. Sigo em frente!
Jiló dentro de uma sopa de legumes é uma surpresa, ele intensifica o sabor dos outros ingredientes. Não fica tão amargo, chega quase a ficar adocicado, mas faz a cenoura aparecer, a batata ganhar graça, a abóbora brilhar e a batata doce se superar. Precisa ser cozido inteiro. Colocar só um pedaço atrapalharia toda a receita. Aí, sim, ficaria amargo.
Acho que tem a ver com a vida também. Nos dias amargos, tentar viver pela metade é a pior estratégia. Melhor entrar por inteiro na tristeza, na decepção, na frustração, para entender melhor, para poder sair mais forte, para saber que, no final das contas, a vida tem disso e que, apesar dos pesares, vale a pena ser saboreada às colheradas.
A vida não é sopa, mas pode ser gostosa, inclusive com os seus amargos. Sigo em frente!