Busquei no dicionário o
significado dessa palavra e encontrei, no mínimo, umas trinta definições.
Muitas das quais se relacionam à liberdade. Livre de impurezas, limitações,
censura, confusões, ilusões, dúvidas, incertezas, ambiguidades, e assim por
diante. E, naturalmente, o significado mais elementar: “que permite a passagem da luz”.
Já faz um tempo que ando
escrava. Talvez no aguardo de um Moisés, um guia enviado por D’us, que me
liberte desse cativeiro. E a gente nem se dá conta de como e quando foi que nos
algemamos. Descubro que a escolha nunca é entre a liberdade e a escravidão.
Precisamos sempre escolher entre a escravidão e o desconhecido. Estamos presos
por ideias de insignificância e falta de autoestima, por desejos, ganância e
ignorância. Somos escravizados por nos sentirmos vítimas ou por acharmos que
temos direitos. É uma história sobre o medo de mudar, sobre o apego a lugares e
comportamentos que são pequenos e que machucam, porque abandoná-los irá nos
colocar diante do que ainda não conhecemos. Às vezes ficar claro demora uma vida inteira.
Quarenta anos de deserto é tempo demais! Não faz mal. Pode ser a forma mais
valiosa de passar o tempo. A liberdade é tão assustadora agora como há milhares
de anos. Ela vai sempre exigir a disposição de sacrificar o que nos é mais
familiar pelo que é mais verdadeiro. Para sermos livres, teremos que agir com
base na integridade e na confiança, muitas vezes por um longo tempo. Em
contrapartida, após todos esses anos, começo a pensar que o segredo de viver
bem não é ter todas as respostas, mas perseguir, em boa companhia, as questões
que não podem ser respondidas. Então, o que me (nos) resta é prosseguir. Quem
sabe, um dia, chego à Terra Prometida!
(Baseado na leitura do livro "As Bênçãos do meu avô" de Rachel Naomi Remen)
Imagem: www.mensagens10.com.br