As manhãs de abril sempre encantaram minha
mãe. Aprendi com ela a olhar o céu azul – de brigadeiro, como dizia – e respirar,
de um jeito diferente, a cada manhã, os ares outonais. Nunca entendi os motivos
das noivas escolherem maio para se casarem em detrimento desse mês tão lindo!
Olho pela janela e vejo a
mesma paisagem, agora, diferente. Há algo mais do que a tonalidade azul do céu, algo
mais do que a névoa que sutiliza o recorte dos prédios. Há o mistério das
estações.
O outono chegou com sua bagagem e, a cada dia, vai mostrando uns tons envelhecidos, tons de guardados, como se tivessem esperado calmamente o verão colorir a tela e, já desbotados, sair de cena. Vai mostrando que tem cor e sopra. A brisa que me toca traz um frescor também. O outono arrepia a pele.
O outono chegou com sua bagagem e, a cada dia, vai mostrando uns tons envelhecidos, tons de guardados, como se tivessem esperado calmamente o verão colorir a tela e, já desbotados, sair de cena. Vai mostrando que tem cor e sopra. A brisa que me toca traz um frescor também. O outono arrepia a pele.
Olho para dentro e vejo a
cozinha. Sobre o fogão, imagino uma velha chaleira – o outono não combina com o
novo, isso é coisa primaveril. Na chaleira, imagino chocolate quente, café com
leite, chá, qualquer bebida que aqueça, somando líquido, calor e as lembranças mais
antigas, mais amigas. O outono tem gosto e textura. O outono é fofo como um
bolo saindo do forno na casa da avó da gente.
Outono combina com os contos de Tchecov que estou lendo. Tende um pouco para o sombrio, mas soma elegância e originalidade indiscutível. Passo as páginas e respiro fundo. Absorvo a literatura e o romance que me circunda. É a vida real, é outono. Os hábitos mudam.
A Terra girou. O tempo passou. Agora, o outono desfila lá fora e dentro de mim. E eu que nem havia pensado que estréio o outono da vida também! O susto passa como a folha que o vento leva. É bom saber que eu passei o tempo. Não foi só o tempo que passou para mim.
Outono combina com os contos de Tchecov que estou lendo. Tende um pouco para o sombrio, mas soma elegância e originalidade indiscutível. Passo as páginas e respiro fundo. Absorvo a literatura e o romance que me circunda. É a vida real, é outono. Os hábitos mudam.
A Terra girou. O tempo passou. Agora, o outono desfila lá fora e dentro de mim. E eu que nem havia pensado que estréio o outono da vida também! O susto passa como a folha que o vento leva. É bom saber que eu passei o tempo. Não foi só o tempo que passou para mim.