O último texto escrito foi em
julho. E assim passaram-se os meses, o ano! Hoje atravessei a rua. Não o fiz como quem segue com pressa para um
compromisso. Atravessei a rua ciente dos meus passos, atravessei como escolha
pelo diferente, para colocar a vida em movimento. Um exercício banal que
desconsertou a rotina e tocou minha alma. Atravessar a rua me vez pensar.
Nesse ano, quantas ruas, avenidas e praças atravessei? Quantas vezes subi e desci escadas? Quantas vezes segui sem notar o tempo, os transeuntes, os cães, a morada do mendigo? Quantas vezes segui sem noção de que o tempo está no meu encalço e de que a pressa só nos torna mais íntimos? Quantas vezes segui sem saber que estava sempre no mesmo lugar?
Nesse ano, quantas ruas, avenidas e praças atravessei? Quantas vezes subi e desci escadas? Quantas vezes segui sem notar o tempo, os transeuntes, os cães, a morada do mendigo? Quantas vezes segui sem noção de que o tempo está no meu encalço e de que a pressa só nos torna mais íntimos? Quantas vezes segui sem saber que estava sempre no mesmo lugar?
Hoje não! Atravessei a rua, segui ladeira acima
e olhei para o céu, vi promessa de um dia quente; depois, olhando para baixo,
vi meus pés. Um, depois o outro.
Adiante, vi uma moça seguindo tão rápido quanto
um segundo. Aí, vi a vida passando. E vi
que a vida pode ser simplesmente uma história de ruas e pontes, de estradas
longas e atalhos, de escolhas, de erros e acertos, de seguir em frente e voltar
atrás.
Posso falar de quedas, de cicatrizes, de
tropeços e medos, posso falar de palavras e cabelos ao vento, de encontros e
despedidas, de sapatos novos, apertados ou com a forma do pé; posso falar de
lugares onde nunca estive, de lugares onde deixei pegadas e que deixaram marcas
em mim, de lugares onde volto sempre e de outros para onde não desejo voltar.
Hoje, não fiquei preocupada com o ano novo que
logo chegará, com o recomeço, com a novidade, não esbarrei na presunção de
conhecer essa estrada ou no orgulho de uma trajetória enfeitada.
Estamos todos a caminho, vamos seguindo para
algum lugar diferente, para outras conquistas ou, simplesmente, estamos
voltando para casa. 2018 não é outro ponto de partida, é o destino se cumprindo. A história continua, a estrada continua e, agora, eu
quero por os pés nos chão.
Um feliz natal a todos vocês, com muita LUZ e que a caminhada por 2018 se
faça leve, mas com pegadas de amor e paz e para todos!!!