Estou tentando da dor sentida dar à ela nome, rosto, substância. Das perdas amorosas à morte, do pensar uma trajetória de vida, me convido para repensar o viver.
Perder, entristecer e doer mobilizam reunião. Muitos se aproximam com disposições diversas. Variações desde a curiosidade, passando pelo alívio do “antes ela do que eu”, da necessidade pessoal em oferecer o consolo legal, até a sincera presença. O que seria uma sincera presença senão uma presença sem cera, com apenas a intenção de estar, apenas acompanhar e expressar: “meninas estou com vocês”.
É possível viver este silêncio na dor, suportar o insuportável? Posso atestar que não é fácil. E posso atestar que tenho tido o privilégio de amigos que se irmanaram na minha/nossa dor e não se distanciaram e nem se intimidaram por não saber o que fazer. Esta minha dor também passou a ser delas e aí nos tornamos parceiros. Essas pessoas não fugiram, não contaram piadas, não fizeram de conta que sou suficientemente forte e espiritualizada para agüentar.
Durante o velório e dias subseqüentes ouvi explicações e consolos, que acredito, adotados por pessoas que jamais tenham mergulhado na reverência à perda e a todo processo requerido para sua assimilação.
“Ela já estava fazendo hora extra aqui”, quem determinou? “Ela está num lugar muito melhor que a gente”, você já foi para saber? “Parou de sofrer”, quem lhe disse que ela estava sofrendo?
Morre-se por se estar vivo, ponto.
Ao perder, e também sentir o amparo, a consideração, o carinho, a acolhida, conquista-se o poder de “afracar” a dor, torná-la menos árida, vivê-la respeitosamente, sem aumentá-la, desnecessariamente, e nem dissimulá-la. A tal da justa medida, da justa pedida.
Perder, entristecer e doer mobilizam reunião. Muitos se aproximam com disposições diversas. Variações desde a curiosidade, passando pelo alívio do “antes ela do que eu”, da necessidade pessoal em oferecer o consolo legal, até a sincera presença. O que seria uma sincera presença senão uma presença sem cera, com apenas a intenção de estar, apenas acompanhar e expressar: “meninas estou com vocês”.
É possível viver este silêncio na dor, suportar o insuportável? Posso atestar que não é fácil. E posso atestar que tenho tido o privilégio de amigos que se irmanaram na minha/nossa dor e não se distanciaram e nem se intimidaram por não saber o que fazer. Esta minha dor também passou a ser delas e aí nos tornamos parceiros. Essas pessoas não fugiram, não contaram piadas, não fizeram de conta que sou suficientemente forte e espiritualizada para agüentar.
Durante o velório e dias subseqüentes ouvi explicações e consolos, que acredito, adotados por pessoas que jamais tenham mergulhado na reverência à perda e a todo processo requerido para sua assimilação.
“Ela já estava fazendo hora extra aqui”, quem determinou? “Ela está num lugar muito melhor que a gente”, você já foi para saber? “Parou de sofrer”, quem lhe disse que ela estava sofrendo?
Morre-se por se estar vivo, ponto.
Ao perder, e também sentir o amparo, a consideração, o carinho, a acolhida, conquista-se o poder de “afracar” a dor, torná-la menos árida, vivê-la respeitosamente, sem aumentá-la, desnecessariamente, e nem dissimulá-la. A tal da justa medida, da justa pedida.
Um abraço forte, silencioso e quente é suficiente.
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