Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

To fora

Um tempo atrás estava me deliciando com a companhia de uma amiga, quando em função da pergunta feita, ela respondeu: eu? Anota aí www.tôfora.com.br! Adorei e adotei para mim. Era a união, bem humorada, entre os tempos modernos e a sabedoria de vida que adquirimos com a maturidade.
Não sei se vocês se lembram, mas nas brincadeiras de infância (da minha época) alguém fazia o convite, levantava uma das mãos com a palma virada para baixo e todos colocavam, rapidamente, um dedo nela dizendo: dentro, dentro. Ninguém queria ficar de fora e naquele bololô, de gritos excitados, nem se sentir excluído. Como as brincadeiras, as roupas da moda, cadernos ou qualquer outra coisa, que mesmo não gostando tínhamos que possuir para nos sentirmos dentro, incluídos. A gente sabe que tem fases que isso é importante. Nos tempos de adolescência ficávamos indóceis se não arrumávamos um programa de fim de semana. Ficar em casa, no sábado à noite era sinônimo de ser esquecida pelo mundo.Todos iguais, que nem leite pasteurizado. Momento de grupo, de falar a mesma língua. E se não se encaixar a regra é impiedosa: está fora, vai procurar sua turma!
Com o tempo, aprendemos a cultuar nossos espaços externos e internos. É maravilhoso olhar para seu apartamento, mesmo que ele não seja próprio, e sentir que ele é uma extensão de você. Que à sua volta estão as suas escolhas, as coisas que você ama, um pouco da sua alma. Que você não só pode, como deseja ficar em casa num sábado à noite, absolutamente incluída, com seu livro, filme, fotos, música, vinho.
Não precisamos mais que o outro nos diga que somos o melhor. Não precisamos mais de aplausos, nem nos sentirmos tão amados e muito menos buscar essa segurança que vem de fora. A cada dia ficamos mais assim tôdentro. Aprendemos o pulo-do-gato.
Este blog recebeu assim esse nome para sublinhar as nossas escolhas, o nosso desejo, a nossa singularidade e capacidade de dizermos a qualquer um, em qualquer idade, "tô fora ou tô dentro". A escolha é sempre nossa!

2 comentários:

  1. ô meu bruxo, amigo, amado!
    Só mesmo você para fazer esse fuçamento carinhoso da minha primeira postagem... Quase dois anos... Quanta vida aconteceu... Ganhos, perdas, alegrias, tristezas, descobertas felizes como você, seu carinho e amizade. E é com esse misto de emoções que lhe digo: TÔDENTRO dessa vida!!!
    Beijuuss carinhosos e iluminados n.c.

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