Eu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci? (Mário Quintana - Espelho Mágico)
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci? (Mário Quintana - Espelho Mágico)
Normalmente é esse o dia do descanso. Não é necessário o despertador nem as obrigações domésticas para me avisar que tenho que sair de debaixo das cobertas e posso exercitar o outro pecado preguiçosamente. Esse friozinho que se instalou, nessas últimas semanas por aqui, me faz acreditar que ainda estou em minhas Gerais. O ônibus não desce pontualmente as seis da matina, os trabalhadores não aparecem, o porteiro não tem com quem gritar o resultado do jogo de futebol de seu time e quase há um silêncio absoluto. Silêncio que possibilita a audição dos pássaros num som límpido.
Mas tive uma noite, madrugada, bem diferente. Sem nenhum ruído exterior acordei a uma e meia da madrugada. Será que o filho chegou? Muito cedo para retornar da balada! As quatro o vento batia nas persianas e entrava - sem nenhum convite - pelas frestas deixadas. Frio... A ausência que aquele cobertor de orelhas tiraria de letra.
As seis, sobressaltada, acreditava ter perdido a hora! Coisa chata. Hoje é domingo e nem assim consigo me alforriar desse incômodo?! Percebo que o barulho que me incomoda não é o externo – é o meu próprio barulho. É preciso silenciar por dentro. Somente quando silenciamos por dentro é que somos capazes de nos ouvir. A gente se escuta e escuta o que D’us tem a nos dizer. Necessito de intervalos para a quietude. Lembro do rabino gaúcho Nilton Bonder que se refere à pausa (Os domingos precisam de feriado) como “algo fundamental para a saúde de tudo que é vivo”. E alega: “Parar não é interromper. Muitas vezes, continuar é que é uma interrupção”. É a pausa que dá sentido à caminhada conclui ele.
Nessa pausa domingueira sinto esse incômodo. Às vezes ter notícias não é suficiente. Não acomoda a reviravolta do coração. É um sentir você mais que saber. É dor o que sinto... dor de saudade. Saudade da presença e até dessa ausência consentida. Saudade! E tantas que em cada canto escuto você...
.
Linda tua reflexão e conheço esse texto do Rabino.´[E lindo e verdadeiro...Um bom resto de domingo,chica
ResponderExcluirS saudade, irmiga, aprendi, é um sentimento bom, a gente não a sente por nada que não valeu a pena, por alguém indiferente.
ResponderExcluirO silêncio...silenciar a inquietude que nos habita, e agita o repouso e contraria a monotonia, a apatia. Mexe e remexe. Falei dele, e da sua necessária presença - rendendo poema e tantas lindas considerações.
De maneiras diferentes, falamos da mesma coisa. Esses ruídos internos sacodem o sono e delatam o que precisamos ver, entrar em contato, enfim...não vou falar do Padre nosso ao Vigário, né?...rs
Tô com o Nilton, que tb disse em 'A Alma Imoral',que "a experiência humana é marcada pela alternância de estados despertos e de torpor."
Quando "alguém grita lá no porão", a gente precisa dar-lhe ouvido, pra dar-lhe voz, e sossego.
Bom domingo, na tua medida e no teu querer.
Bjos, amada!
Então estamos bem com os nossos dias de quietude e verdades indesejadas lançadas na cara, eu com o sábado, vc com o domingo. Podemos trocar qualquer dia, o que acha? Se bem que no sábado deve ser dia de lerê por aí, o tempo para estar diante do único barulho audível, o do seu próprio silêncio, esse tempo fica um tanto escasso.
ResponderExcluirQue delicinha esse seu jeito de escrever as suas inquietações e barulhos internos.
Beijos, minha amiga querida, sempre querida.
A saudade e a distancia muitas vezes nos machucam bem mais que podemos aguentar...beijos de boa semana pra ti querida.
ResponderExcluirOi Regina, td bem? Vim aq retribuir tardiamente um comentário seu e me deparo com estas palavras que fazem todo sentido pra mim: “Parar não é interromper. Muitas vezes, continuar é que é uma interrupção. É a pausa que dá sentido à caminhada."
ResponderExcluirNão sei do que, de quem ou de onde vc tem saudade, mas saudade incomoda sim, e resta a nós aquieta-la com algum pensamento reconfortante.
Um bom resto de domingo pra vc. Beijos!
Ai Rê,
ResponderExcluirQue lindo esse sentimento de saudade, de admití-lo e de deixá-lo fluir. Linda admissão de que se é humano, e que as vezes os barulhos internos são enormes. Que você consiga a sua pausa.
Apesar do barulho da noite, que seu domingo seja de paz.
Gd beijo
Oi, Guerreira querida!
ResponderExcluirA distância é a medida
que vai de um ponto ao outro.
Até parece simples, transparente!
Já a saudade é desmedida,
imensurável na dor.
A gente sente
ela nos chega amarga, incolor.
Mas saudade só se tem, do que é bom,
do que cativou o coração.
A dor pela ausência
não depende da distância,
não tem remédio, nem ciências
para aligeirar o nó.
Saudade se debela
reunindo essências
na magia de dois…
num só.
G.S.
- Se um dia tua saudade me deixar,
ResponderExcluir- Meu peito explodirá em dores mil;
- Pois certo minha alma irá chorar
- Saudades da saudade que partiu.
- Tá vendo o que você fez, moça? Ficas espalhando sementinhas nas almas dos amigos, e de vez em quando elas brotam em mim. Essa plantinha ainda vai crescer... anota aí. E obrigado pela inspiração. Beijos.
A saudade não mata mas mói...
ResponderExcluirBeijo meu.
Linda reflexão e um saudosismo que sempre me faz refeltir. boa semana para vc! bjs Zí
ResponderExcluirwww.casadazi.blogspot.com
Olá, Regina!
ResponderExcluirÉ verdade, a mais pura verdade - infelizmente ou falizmente?
Bjs!
Rike.
Rê
ResponderExcluirTão bom quando conseguimos silenciar de verdade a nossa alma, só assim entramos em sintonia com Deus. Já vivi e vivo uma inquietude, uma agitação muito ruim. Precisamos encontrar com o silêncio....Quanto ao vídeo eu amooooooooooo essa música, linda! Boa semana viu cheinha de coragem, silêncio interior e paz, pois vc merece! Bjssssss
Regina, às vezes, nas minhas andanças pelos blogs amigos, tenho a felicidade de me deparar com alguns textos que, ao final, penso cá comigo: eu gostaria de ter escrito isso. É o que aconteceu agora ao te ler.
ResponderExcluirBeijos.
Este texto deve ser lido muitas vezes, beijo Lisette.
ResponderExcluirA saudade serve de inspiração para música, poesia e prosa.
ResponderExcluirMas, dói...
Abraços, Rê!
Um grande beijo de linda segunda feira pra ti amiga...paz e carinho sempre....
ResponderExcluir