Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

LUNA -SOL... SEMPRE

Quando era criança, minha mãe me levava ao cemitério para visitar o túmulo de meu pai naquelas datas oficiais. Da altura da minha inocência e, dos poucos anos de vida, ficava olhando aquela lápide fria e tentando imaginar um pai ali dentro. Por maior esforço que fazia, achava tudo aquilo, no mínimo, estranho. Como poderia meu pai estar ali, quando o carecia tão perto de mim? Se precisava conversar com ele, orar, pedir, não poderia ter um outro lugar? Como era possível ficar ali, quieto, sem manifesto algum? Observava, silenciosamente, minha mãe muito emocionada, presentificando sua falta, ausência... Não, ele não poderia estar ali. Na adolescência, tempos rebeldes, firmei posição que aquele túmulo não continha meu pai, e que então não carecia mais de ir ao cemitério "visitá-lo". Preferia fazer essas visitas no meu imaginário, conversar com ele à minha maneira, e num lugar que só existia dentro do meu coração. Fui liberada das visitas. Já sabia e nem imaginava, àquela época, que os seres que amamos, não ficam num cemitério quando daqui se vão: ficam mesmo  enterrados é no coração, fazendo estripulias mil em nossa alma. Agora chegou sua vez, mãe e novamente tenho a mesma sensação... estranheza. Decidir o que escrever na lápide de uma mulher que fez do luto sua luta, não é tarefa fácil. Palavras que não dizem nada de você e nem do meu amor, eterno, por você! Estranho é ter que lutar contra cinco, para cumprir as formalidades para alguém que queria ser cremada, pois sabia que de si existiria, presente e pulsante, filhas, netos e bisnetos. Isso é vida que segue... Isso é você. Nesse um ano de ausência sinto-a voando ao meu lado...todos os dias...me aquecendo como o sol e me envolvendo em luz prata. Amo você, mãe!
"Lucy, Luna, que tinha o brilho do sol!
Sua alegria e energia estarão sempre em nossas vidas.
Saudade constante de suas filhas, genros, netos, bisnetos e familiares."

15 comentários:

  1. Rê querida amiga,
    Não venho hoje com muitas palavras por que me emocionou o teu texto e homenagem., e fico sem outra reacção senão, lembrar-te e ombrear contigo nessa saudosa manifestação de grande carinho e amor que partilhas connosco.
    Por pura coincidência, tenho desde hoje um ensaio que muito humildemente escrevi para meu pai lá minha cubata.
    Envio daqui o meu kandando amigo e desejo que fiques bem!

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  2. Lindíssima homenagem de uma filha a sua mãe.

    "Morrer não é acabar, é a suprema manhã "

    Beijos.

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  3. Olá Regina!

    Hoje a sua disposição é mais triste, ao recordar a sua mãe ausente, e que gostaria de ter junto de si: quem ama não esquece nunca,e não é preciso ir ao cemitério para o mostrar. As nossas memórias, quando as temos, guardamo-las dentro de nós-que é o sítio certo para o fazer.Mas, cada um tem a sua forma de sentir, e de expressar esse sentimento, ainda que hoje os cemitérios, naquilo que conheço,se tenham , para alguns, transformado numa manifestação mais de ostentação do que sentimentos - e espero que não esteja cometer nenhuma heresia ...

    Beijinhos, e uma abraço; e amanhã será um novo dia, com os mesmo sentimentos - mas outro dia!
    Bom resto de fim de semana!
    Vitor

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  4. Uma lição o seu texto!
    Ainda vivo om pai e mãe,mesmo à distância. Fico só pensando quando essa distância se tornar intransponível!
    beijinho

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  5. Chérie, concordo com todos acima. O amor e a saudade se guardam no coração. Onde você estiver, uma oração chega à pessoa que se foi.
    Bjs.

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  6. Regis, minha turma não sai da minha cola. Preciso ir lá visita eles donti.
    bjins
    eidia
    http://www.oquevivipelomundo.blogspot.com

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  7. Regina, querida!

    Suas palavras me fizeram chorar...queria muito poder estar perto de você para te dar um abraço...

    "Lucy, Luna, que tinha o brilho do sol!..."

    Que pessoa iluminada ela deve ter sido, para inspirar uma frase tão linda!!!

    Ela, que está em outra etapa da viagem, deve estar emocionada também...e feliz por ter uma filha como você!

    Deixo a você o meu carinho e o meu abraço...

    Lia♥

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  8. Amada Regina,

    Como és linda, que alma gentil... foste ao meu cantinho me dar um incentivo e aqui estás neste momento tão delicado.
    Amada, coloquei os comentários de todos como parte do meu post e lá te respondi.
    mas... sei bem o que sentes, parece que me vejo em ti. Foi exatamente assim q aconteceu comigo. Nessas horas a nossa crença na vida além da vida, na certeza que estes laços não se desatam é que faz a grande diferença.
    Mas...a dor dói... apesar de entender.
    Sol e Lua são nosso berço sagrado.
    E é toda esta fé, certeza da sempre presença que passas aqui com candura, com a suavidade deste teu coração.
    Quero te dizer : Te amo!
    beijos no cuore!

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  9. Minha Rainha
    Tive o prazer de conhecer e conviver com D.Lucy, tenho saudades sem ser filho. Sei bem quem ela deixou aqui dando continuidade à história. Você, minha amiga de todas as horas, com sua doação diária para tudo e todos é seu orgulho! Filha de uma guerreira, guerreira do amor é. Amo você (me ensinou)! Fique firme, mas se desabar (isso pooooode)estou aqui para te amparar.
    Beijão nocê
    A.Augusto

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  10. Não há como não ficar emocionada com este texto...eles são nossas âncoras, nossos guias, nossos conselheiros e amigos...ainda tenho a sorte de ter os dois por cá, mas cada vez mais (com o passar dos anos) penso nesse dia ... e assusta...muito...
    Daí hoje ter ficado sensibilizada com suas palavras...principalmente depois de ontem ter tido uma confrontação de palavras com meu pai...confrontação obviamente ridícula e inútil...como são todas..pequenos nadas que os irritam....não vale mesmo a pena....Um abraço apertado!!

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  11. É estranho como mesmo para pessoas acostumadas ao uso das palavras tem momentos em que todas elas nos parecem tão insignificantes quando se trata de resumir toda uma vida de alguém que significa tanto para nós. Tem razão quanto à história do cemitério, da mesma forma que não precisamos de ir à igreja apenas para rezarmos. Esse Deus em que eu não acredito mas respeito, todos os entes que perdemos, estão comigo onde quer que eu me encontre porque me acompanham no coração, nas memórias que permanecem vivas. Um grande abraço, amiga.

    ps - a minha ausência tem-se prendido devido ao horário de trabalho, detesto as tardes, sobra-me sempre muito pouco tempo quer para postar como para comentar. A partir de segunda-feira tou de folga. Beijos.

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  12. Minha amigona, meus sentimentos e uma palavra para vc no meu blog. Te amoooooooooooooooooo muito. Estou com vc sempre em pensamento.

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  13. É, Regina, palavras nunca são suficientes para descrever esse sentimento tão grande da perda, da falta, da ausência de uma pessoa tão importante na vida da gente.
    Deixo um abraço forte.

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  14. Regis, não consigo postar aqui...tudo vai pro limbo.
    bjins
    eidia
    http://www.oquevivipelomundo.blogspot.com

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  15. Menina!!!
    Fica tristinha nao..... passa, viu? De toda forma, compartilho com voce dessa saudade eterna da D. Lucy! Muita forca, muita coragem!!!
    Beijo enorme!
    Paty Amada

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