Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

sábado, 10 de abril de 2010

SOBRE O AMOR



Falar de amor é repetir banalidades. Porque o amor, cantado e recantado, virou coisa corriqueira. Quanto mais progride o individualismo no cotidiano, mais vulgar se torna o amor e tudo o que ele representa.
Para uns, já foi alegria: “O amor é uma alegria acompanhada da representação de uma causa exterior” (Espinosa). Para outros, necessidade: “Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca tive, mas viver sem amor acho impossível” (Jorge Luis Borges). Ou esforço: “Ama-se o que se conquista com esforço” (Aristóteles). Ou então, poesia: “O amor é a poesia dos sentidos” (Balzac). Para os práticos, aprendizado: “Ama teus inimigos porque eles te dizem os teus defeitos” (Franklin). Para muitos outros foi sofrimento e morte, como na história de Tristão e Isolda, conjunção de pessimismo e amor.
Por mais que a experiência de cada um com as diferentes possibilidades de amor seja única, esta palavra não carregaria potencial tão grande de vulgaridade se muita gente não a tivesse moído de uma maneira ou de outra na vida ou na arte.
Você sabe, está convencido de que sem amor não há felicidade, sem amor não há vida, sem amor você permanece faminto por algo desconhecido, permanece insatisfeito, vazio. Você é oco, nada tem; você é apenas um recipiente sem conteúdo. Você sente o vácuo, o vazio e o tormento disso. E você está convencido de que existem meios capazes de preenchê-lo.
Mas quando você se aproxima do amor surge um grande medo, surge a dúvida: se você relaxar, se realmente mergulhar nele, será capaz de voltar novamente? Será capaz de proteger sua identidade, sua personalidade? Vale a pena correr este risco? E a mente decide não correr este risco, porque pelo menos você é subnutrido, mal alimentado, faminto, miserável – mas pelo menos você é. Desaparecendo em algum amor, quem sabe? Você irá desaparecer, e qual a garantia de que haverá felicidade, haverá beatitude, haverá D’US?
É o mesmo medo que uma semente experimenta quando começa a morrer no solo. Isto é morte, e a semente é incapaz de conceber que haverá vida surgindo desta morte!
Eu fico com a simplicidade de Drummond: “Amar se aprende amando”.




8 comentários:

  1. Olá Regina!

    Hoje escolheu tema "sério" para filosofar.E este dá pano para muitas mangas, tantas são as formas de para ele olhar, e muitas as possibilidades de o definir, de acordo com a personalidade ou experiência de vida de quem o faz.
    Eu acho que amor é, intrinsecamente, algo de bom, algo que sentimos nos faz bem, que preenche uma parte que nos falta.Se não for isto, e em vez disso fôr um amontoado de dúvdas e interrogaçãoes já não o será, nem valerá pena vivê-lo, já que, no fundo, ele não existirá.
    Vista simplista, esta, mas acho eu que quando nos pomos com muita instrospecção e interrogações, abordando o tema pelo lado racional, com mais dúvidas que certezas, então acho que não valerá mesmo a pena: são dúvidas a mais para algo que quando se manifesta "supostamente" não deixará margem para dúvidas ... Mas eu também não tenho certezas.

    Bom resto de fim de semana; beijinhos.
    Vitor

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  2. Amiga.

    O amor quando chega,
    ressucita em nós outras histórias.
    Por sso muitas vezes temos mêdo de amar
    por acharmos que o amor
    trará dor,
    ou que nos tornaremos fracos.
    Mas o amor é o único ato
    que nos faz humanos
    em sua plenitude.

    Que o amor tome conta de ti.

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  3. O amor é, antes de tudo, inclinação. A vontade de estar, ser, compartilhar, o fluxo de dentro pra fora que permite, em última análise, realizar. E nesse aspecto, cada um encontra sua forma (e nao é á toa que essa diversidade cria tantos abismos porque saber amar, da maneira correta - se é que se pode dizer isso - exige despreendimento, coisa que nao estamos acostumados a fazer). Bjos e um otimo domingão!

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  4. Regina linda... voltaste da fazenda plena de... amor!
    Amar é ir visitar a amiga é dizer : Iluminda ! sendo generosa sabendo que a tal amiga rs não o é. Mas aos olhos da Regina,o é! Pois o foco do olhar da regina é puro amor.Obriagad querida pelo carinho!
    Falar de amor é complicado, ele remete ao medo da perda? Ele aprisiona? E há prisão mais doce que mais que falar....sentir!
    creio que todo ser humano necessita de amar. E necessariamente amar não significa homem-mulher. Alguns conseguem este amor numa relação. Outros não, talvez por não ser o momento, mas estamos imersos neste sentimento, é o fluxo da Vida. É a vida. É o sangue que nos corre nas veias.
    Uma semente não sabe, apenas cumpre o seu destino e segue, tem medo? Não. Segue... pois é anossa natureza...ir caminhando de um amor a dois para um Amor maior.
    Nosso Unverso está imerso num grande e sublime Amor. É maior que a nossa compreensão pois não se mede com palavras.
    É o sopro, a carícia, a calmaria , a tempestade. É tudo e o nada.
    É simplesmente...amar.
    Amada, não consigo viver sem amar... e amo!
    Simples, nunca vou perder o Amor...nunca pois ele é meu, não pertence a ninguém, não depende de outro. Eu amo!E o dou. O que temer?
    beijos no seu coração cheinho de amor!

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  5. Vitor,amado!
    Concordo com tudo que vc muito bem disse...o amor e amar é simples. Se for de outra forma é qualquer outra coisa, menos amor.
    Um domingo amoroso procê
    Beijuuss n.c.

    Aluísio, amado!
    Amor, amar, faz parte do meu ser e sem ele não sem viver não. Às vezes dói, corrói mas sempre nos constrói.
    Beijuuss n.c.

    André, amado!
    É vero...e muitas vezes esses abismos são intransponíveis. Por isso mesmo há tantos à procura e tão sós, pois desprendimento, "desangaiolar" é sabedoria de poucos.
    Beijuuss n.c.

    Izabel, iluminada, amada!
    É isso... SERMOS DOADORES UNIVERSAIS DE AMOR. Também quando falo, escrevo, sobre o AMOR não me refiro exclusivamente a um par, seja ele qual for, mas desse AMOR que também como vc não consigo viver não! AMO DE VIVERRRR VOCÊ!!!
    Beijuuss n.c. recheados do meu amor

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  6. Lendo esse "post"... lembrei-me do prazer de ler Fragmentos de um discurso amororo... irrepreensível, quanto ao qu efala sobre o amor...
    ;-)

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  7. De tanto se ouvir e ler falar sobre amor não raras vezes o confundimos e tomamos como tal outros sentimentos agradáveis mas todavia menores. Eu, que tantas vezes tenho tentado escrever sobre ele, continuo hoje sem conseguir descrevê-lo, exprimi-lo, preferindo pensar que o sinto (o amor não se explica, sente-se, faz-se), mesmo que por vezes ainda o coração se confunda com a razão.

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  8. Zé, amado!
    Muito bem lembrado...
    Beijuuss n.c.

    Miguelito, duplo anjo, amado!
    Achei que tava brigado comigo rsrs. É isso, não há palavras suficientes para descrevê-lo e como tão bem nosso poeta maior "resume":AMAR SE APRENDE AMANDO...
    Beijuuss n.c.

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