Recebi umas amigas em minha casa para um lanche e entre assuntos ora sérios, ora divertidos, iniciou-se uma troca de confidências semelhantes e com uma mesma pergunta: está assim com você também?
Todas na faixa dos quarenta reclamavam da transformação corporal que, observavam diariamente, independente dos cuidados particulares que tomavam, persistia. O acúmulo de gordura na região do estômago, abdômen e quadris foi a campeã! A dificuldade de disfarçar ou mesmo esconder as que se depositavam nas costas não havia soutien no mercado que desse conta.
Apesar das risadas, de um certo alívio de que não é só comigo, havia uma tristeza no tom de todas. Tinha uma consulta marcada com meu ginecologista no dia seguinte. Entrei no consultório resoluta e antes mesmo dele terminar a pergunta “como vão as coisas?”, em pé, levantei minha blusa e comecei a responder, mostrando-lhe aquelas massas disformes que, repentinamente, passaram a fazer parte de mim. Não me interessavam os pedidos de exame, a pressão e nem mesmo a coleta preventiva. Só sabia dizer: “Dá um jeito nisso, essa coisa não me pertence!”
Com a calma que sempre me encantou e a confiança de mais de 20 anos juntos, respondeu: “Observe suas amigas acima dos quarenta, a maioria é assim, os hormônios...” Ah! Eu estava ali sendo porta voz delas também, mas não queria ouvir explicações fisiológicas, nem mesmo consolo de que eu não era a única. Uma solução, só uma me bastaria.
Já na academia, enquanto suava a camisa com o som “bate estaca” da moçada de 20, tentando transformar meu atual “panceps” em um simples abdômen ou o “tchauceps” em tríceps, a música que tocava em minha cabeça e no meu corpo era “I’ll survive!”
Mais tarde, quando estou atendendo um cliente em sua primeira sessão e digo-lhe dos meus 25 anos de clínica, fui obrigada a ouvir: “Puxa, mas a senhora é muito conservada!” Naquele instante, o que deveria ser sentido como um elogio, veio como uma sentença de morte: a imagem de um repolho na minha barriga, abobrinhas saltitantes das laterais do quadril, tomates cereja disputando lugar nas costas com o soutien, batata inglesa na parte interna da coxa e berinjelas murchas dependuradas nos braços.
Não. Conservada, não! Isso não é um elogio a se dar a uma mulher na faixa dos quarenta que, como tantas outras, se cuida, preserva sua saúde, está em dia com os exames e tenta conviver com a dura realidade dos hormônios. Abaixo o vinagre!
Já no encontro seguinte com as amigas, a solução bem simples: “We’ll survive”.
Regina Rozenbaum
Psicóloga/Psicanalista
Todas na faixa dos quarenta reclamavam da transformação corporal que, observavam diariamente, independente dos cuidados particulares que tomavam, persistia. O acúmulo de gordura na região do estômago, abdômen e quadris foi a campeã! A dificuldade de disfarçar ou mesmo esconder as que se depositavam nas costas não havia soutien no mercado que desse conta.
Apesar das risadas, de um certo alívio de que não é só comigo, havia uma tristeza no tom de todas. Tinha uma consulta marcada com meu ginecologista no dia seguinte. Entrei no consultório resoluta e antes mesmo dele terminar a pergunta “como vão as coisas?”, em pé, levantei minha blusa e comecei a responder, mostrando-lhe aquelas massas disformes que, repentinamente, passaram a fazer parte de mim. Não me interessavam os pedidos de exame, a pressão e nem mesmo a coleta preventiva. Só sabia dizer: “Dá um jeito nisso, essa coisa não me pertence!”
Com a calma que sempre me encantou e a confiança de mais de 20 anos juntos, respondeu: “Observe suas amigas acima dos quarenta, a maioria é assim, os hormônios...” Ah! Eu estava ali sendo porta voz delas também, mas não queria ouvir explicações fisiológicas, nem mesmo consolo de que eu não era a única. Uma solução, só uma me bastaria.
Já na academia, enquanto suava a camisa com o som “bate estaca” da moçada de 20, tentando transformar meu atual “panceps” em um simples abdômen ou o “tchauceps” em tríceps, a música que tocava em minha cabeça e no meu corpo era “I’ll survive!”
Mais tarde, quando estou atendendo um cliente em sua primeira sessão e digo-lhe dos meus 25 anos de clínica, fui obrigada a ouvir: “Puxa, mas a senhora é muito conservada!” Naquele instante, o que deveria ser sentido como um elogio, veio como uma sentença de morte: a imagem de um repolho na minha barriga, abobrinhas saltitantes das laterais do quadril, tomates cereja disputando lugar nas costas com o soutien, batata inglesa na parte interna da coxa e berinjelas murchas dependuradas nos braços.
Não. Conservada, não! Isso não é um elogio a se dar a uma mulher na faixa dos quarenta que, como tantas outras, se cuida, preserva sua saúde, está em dia com os exames e tenta conviver com a dura realidade dos hormônios. Abaixo o vinagre!
Já no encontro seguinte com as amigas, a solução bem simples: “We’ll survive”.
Regina Rozenbaum
Psicóloga/Psicanalista
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Adorei.
ResponderExcluirTambem faço parte deste "grupo" e me senti na sua sala, participando da questao...
As vezes quando entro na crise "localizada" penso que mulher tem mesmo que ser como um trator: pneus enormes para enfrentar todos os barrancos do dia a dia. RsRsrs
Sempre cabe mais um(a)... a sala é grande e o assunto é enorme rsrsrs. Adorei a história de ter pneus enormes prá enfrentar todos os barrancos diários. E haja barrancos, né?
ResponderExcluirBeijuuss n.c.
pois é....
ResponderExcluirnao disse que estive por aqui ??
Somente, devido ao BIOS, nao consigo ou conseguia (vou tentar agora) me identificar.
Realmente ja li um pouco de um "tudo" que tem por aqui.
O blog realmente é fantastico !
Indiquei para os conservados e para os que ainda sao sementes.
Beijo e até....
Ah Amada, viu como é possível a gente evoluir pra categoria de PEUS rsrsrs? Obrigada pela força e tb "propaganda" rsrs. Minha intenção MAIOR com o blog é sempre ajudar, esclarecer, e exercitar algo que sempre amei: escrever!
ResponderExcluirBeijuuss n.c.
"Calorias são pequenos vermes, inescrupulosos, que vivem nos guarda-roupas e que, durante a noite, ficam costurando e apertando as roupas das pessoas."
ResponderExcluirOtimo...rsrsrs
Hellen ACADEMIA
Flor do dia
ResponderExcluirGostou dos "vermes" rsrsrs mas vou extérminá-los um por um rsrsrs
Beijuuss n.c.