A intervenção do psicólogo frente às situações de emergência em paciente cardíacos.
Durante muito tempo assistia, no canal a cabo 47, a uma série de nome E.R. Nela era mostrado o corre-corre de um hospital de emergência/urgência que atendia pacientes em situações de risco, sendo o Pronto-Socorro sua principal porta de entrada.
Um dia, vendo meu interesse constante, meu filho me lança uma pergunta à queima-roupa:
- Mãe, você atende esses casos no SOCOR? Tem jeito?
Adiei um pouco minha resposta e fui então procurar sobre a diferença entre emergência e urgência. Dos vários significados encontrados, primeiramente, no dicionário, escolhi estes:
*emergência: - situação crítica, acontecimento perigoso ou fortuito; incidente.
- nascimento.
*urgência: - que é necessário ser feito com rapidez;
- indispensável; imprescindível.
Fui ainda verificar os significados para a medicina e constatei que a primeira dúvida que assalta os profissionais é a definição do que vem a ser emergência e urgência médicas, uma vez que os pacientes recebidos nas salas de emergência dos hospitais são portadores de condições as mais variáveis. Essas condições, de acordo com a gravidade que apresentam, podem ser classificadas em termos de risco imediato, segundo o Prof. Dr.Mário López, nas seguintes categorias:
*rotina: o tratamento pode ser retardadom várias horas, sem que haja risco de vida aumentado ou de incapacidade. Não constituem, portanto, uma real emergência.
*urgência: o tratamento precisa ser iniciado dentro de poucas horas, pois existe o risco de evolução para complicações mais graves e mesmo fatal.
*emergência: a necessidade de manter as funções vitais ou evitar incapacidade e complicações graves exige que o início do tratamento seja imediato.
E segundo a Associação Americana de Hospitais, “emergência é qualquer condição que, na opinião do paciente, de sua família, ou de quem assumir a responsabilidade de trazer o paciente ao hospital, necessite de assistência médica imediata. Essa condição perdurará até que um profissional de saúde determine que a vida do paciente não está mais em perigo”.
Volto à pergunta do meu filho e ao corre-corre de um Pronto Socorro, considerando pacientes em situações de risco. Nesse caso, o paciente em si já constitui uma urgência, pois pede algo a alguém – ao médico – que tem algo a oferecer e que deverá fazê-lo com a maior rapidez possível, pois uma fração de segundo pode significar vida ou morte.
O saber médico é uma referência encontrada de imediato no hospital. Ele não interroga o paciente, ele se oferece ao paciente sem a ele se expor.
O saber psicanalítico é um saber particular, a ser constituído, endereçado e apropriado tendo em vista um paciente.
A urgência médica diz respeito a coisas por fazer – injeção no agitado, reanimação para o estado de choque, anticoagulantes para o enfartado – que implicam questões de sobrevivência, enquanto que, para o psicanalista, exige coisas por dizer, incluindo-se sempre o desejo para se definir o que é urgência.
A urgência, dirá a psicanálise, vem do Outro; com isso, ela desarma esse regime, à primeira vista, inabordável, de exigências sem limites, inadiáveis.
A urgência sabemos, impede recorrer à fala; assim, a psicanálise faz falar para que possa haver uma escuta do que é dito. Propõe em vez de fazer alguma coisa para atender a urgência, responder com uma certa escuta.
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