Se a vida é, como dizem, uma permanente escola, a perda é uma das principais partes do currículo. O meu trabalho, principalmente no hospital, faz com que exercite essa lição de forma intensiva.
Entramos no mundo sofrendo a perda do útero materno, o mundo perfeito onde iniciamos a vida. Somos lançados em um lugar em que nem sempre somos alimentados quando temos fome, no qual não sabemos se nossa mãe vai acolher nossas dores e desconfortos. Sentimos prazer no aconchego do colo materno e, de repente, ele nos é tirado.
À medida que vamos crescendo, perdemos nossos amigos quando nós ou eles mudamos de cidade ou de escola, perdemos nossos brinquedos quando eles se quebram ou desaparecem e perdemos um campeonato de natação. Perdemos os primeiros namorados e a série de perdas apenas começou. Nos anos seguintes, perdemos os professores, os amigos e os sonhos de infância.
Tudo é temporário. Por mais que nos esforcemos, acabamos percebendo que não é possível encontrar a permanência e terminamos aprendendo que nossa segurança não pode depender de “conservar” tudo e impedir a perda.
Não gostamos de encarar a vida desta maneira. Por mais inexorável que seja o fim da vida, temos a sensação de ser eternos e nos recusamos, internamente, a contemplar a suprema perda percebida: a morte.
Quase todos nós procuramos ignorar e resistir à perda, a vida inteira, sem compreender que a vida é perda e a perda é vida. É impossível viver e crescer sem a perda. Existe um antigo ditado judeu que diz que, se dançarmos em muitos casamentos, iremos chorar em muitos funerais. Essa frase quer dizer que, se estivermos presentes em muitos inícios, também estaremos em muitas conclusões.
Faz quatro anos que comecei a sentir, de verdade, a perda da minha mãe. Deixou de cozinhar, de dirigir seu fusquinha, de fazer as compras buscando as melhores ofertas, de jogar cartas, de se lembrar dos aniversários, de participar, de viajar, de ver seus programas favoritos na tv, de fazer palavras cruzadas, de conversar.
Foi se aquietando, murchando...
Mesmo sabendo que não é possível, esperamos manter as pessoas e as coisas como elas são. A perda é um buraco no coração. As perdas nos deixam vazios, indefesos, imobilizados, paralisados, impotentes, revoltados, tristes e com medo.
Nunca imaginei que mamãe fosse embora assim. Sexta-feira por decisão familiar ela foi internada. Está sendo “melhor assistida” para dar alívio no buraco do coração das minhas irmãs.
O buraco do meu coração está maior, com as injeções picadas em sua barriga, o soro em seu braço que a incomoda, os exames nas salas frias, o entra e sai da enfermagem, a cama que esquenta, a falta de diagnóstico, seu mal estar que não cessa.
Quero lhe dizer hoje, no dia internacional da mulher - “uma bobagem inventada para o comércio ganhar dinheiro. Nunca deixei de ser mulher um só dia!” uma vez ela me disse - que você foi fantástica, que tenho um orgulho danado de ser sua filha e que qualquer que seja sua decisão, carrego você e tudo que me ensinou, no meu coração, para todo o sempre! AMO VOCÊ MÃE! Da sua "caçulinha".
AME AO MAXIMO,APRECIE O QUE E BOM.SILENCIE A VOZ DE CRITICA,TRISTEZA E MALDADE.SIGA O CANTICO DA NATUREZA,A SIMPLICIDADE DA VIDA EO PULSAR DO AMOR.VOCE E MAIS DO QUE PENSQA SER.
ResponderExcluirQUE ESSA TRISTEZA PASSE E TUDO VOLTE O NORMAL.
TENHO FE .
ADORO VOCE