Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

GULA


“Gosto tanto de feijão com arroz! Meu pai, minha mãe, que privaram da metade do prato para me engordar sofreram menos que eu. Pecaram exatos pecados, voz nenhuma os perseguiu. Quantos sacos de arroz já consumi? Ó Deus, cujo reino é um festim, a mesa dissoluta me seduz, tem piedade de mim.” Adélia Prado – “A Boca”.
Adoro comer. De todos os sete pecados me dedico, quase com exclusividade, de boca e alma à gula. Comida aguça todos os meus sentidos. Ouço o lavar, picar, moer, fritar, assar como uma música de amor. Meu olfato sente os cheiros e aromas que passam pelas frestas trazendo sugestões do que está sendo cozido no fogão. Aguardo, com ansiedade pueril, a visada das travessas na mesa com tudo aquilo que, até então, era só imaginação auditiva e olfativa. Desfilam um a um suas cores, diante de olhos famintos e encantados. É assim que a degustação se inicia... É chegada à hora mais que esperada. A primeira garfada e aquela sensação... Quais os ingredientes misturados que transformaram aqueles grãos, verduras, legumes ou carnes nessa sensação? Imaginação corre solta: cebola, sal, alho, páprica, pimenta, orégano, salsa e cebolinha, o que mais pode ter? Como pode transformar uma refeição, por mais simples que seja, em um verdadeiro momento para comemorar? A diversidade de sabores, a combinação de ingredientes agradam a todos os paladares. A língua estala e as mãos se juntam em oração: OBRIGADA por tanto prazer! Fome é diferente de apetite... O que te apetece?

2 comentários:

  1. E comer então com amigos à mesa, aproveitando pra rir e contar casos? Melhor que isso, só dois disso.
    bjins
    eidia
    http://www.oquevivipelomundo.blogspot.com

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  2. Amada
    Rodeados de amigos tuuuudo pode acontecer...os sentidos se triplicam!!!!
    Beijuuss n.c

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