
Ontem a partir das quatro horas, com uma ventania de dar medo, entre raios e trovões vivi um apagão no consultório. Toda a região de Lourdes, Savassi, Santo Antônio e sei lá mais onde ficou sem luz até por volta das oito da noite. No começo foi até interessante. Acendi todas as velas decorativas disponíveis e o consultório adquiriu um ar bem romântico... Os comentários variaram de acordo com a idade e neurose de cada paciente: “parece que estamos naqueles castelos da Idade Média...”
“Ai que estranho, me lembra terreiro de umbanda...”
“Posso brincar com elas?...”
“Minha mãe ta lá fora né?...”
A partir das seis não pude mais continuar o trabalho e descendo cinco andares com uma vela na mão, encontrei no hall de entrada com colegas de profissão, decoradores, joalheiros e cada um lastimava, à sua maneira, a escuridão e as conseqüências para seus respectivos “negócios”.
Fui caminhando pelas ruas iluminadas somente pelos faróis dos carros e agitadas com os apitos dos guardas que tentavam dar uma certa ordem, já que nenhum sinal funcionava. Buzinas frenéticas e os passos acelerados de vultos assustados completavam o cenário. A lei da selva imperava... Portas de todos os estabelecimentos comerciais estavam semi–fechadas. Medo de serem saqueados e ao mesmo tempo na esperança da luz retornar. Prejuízo...
Fiquei pensando em como essas situações inusitadas, raras - ainda bem - mexem com nossos medos rasos ou profundos. A gente tem que improvisar, ser criativo, reinventar... Passada a situação percebemos que demos conta de atravessar pela escuridão e nem sabemos explicar como. Mas não é só assim mesmo, que descobrimos como iluminar o que temporariamente esteve sem luz? Mas cá entre nós, ainda bem que não ficamos presos todos os dias em elevadores e apagão só de vez em quando, e de preferência www.tôdentro.com muito bem acompanhada!
Lembra que todo mundo riu quando tirei uma pequena lanterna da bolsa e vc uma tesourinha? Pois é meu bem. Mulheres prevenidíssimas. Nunca ando sem meu canivete suisso e sem uma lanterninha. Aqui ou não importa onde.
ResponderExcluirbjins
Minina, pois não é...Havia me esquecido!
ResponderExcluirBeijuuss n.c.