São tantas as gírias, terminologias tribais usadas atualmente, e que mudam com tamanha rapidez, que por mais que tente me atualizar, acabo tendo que perguntar àquele que fala. Seja com os filhos, amigos mais jovens ou com os pacientes.
Não tem muito tempo, quando tive que interromper a fala de um rapaz - reclamando na sessão - que toda hora a namorada queria D.R. Como é? Perguntei. Discutir a relação responde. Sua expressão era mista de decepção com o prazer de estar ensinando algo à “doutora suposto saber”. E realmente estava. Coisa que os jovens rapazes detestam tanto quanto os homens, quando suas parceiras dizem: "precisamos conversar". Não vou entrar no mérito da questão, das diferenças existentes entre o quanto os homens são "objetivos", diretos para falarem e nós mulheres mais "emotivas", subjetivas. Há explicações inclusive a nível neurológico. Fica para uma outra oportunidade.
A palavra conversar vem da união de duas raízes latinas: cum, que significa “com”, e versare, que significa “dar voltas”. Conversar quer, pois, dizer “dar voltas com” outro. O que ocorre no “dar voltas juntos” dos que conversam? Quais as razões para tamanha irritação?
Vivemos em uma cultura que contrapõe emoção e razão, como se o emocional negasse o racional e dizemos que o racional define o humano. Ao mesmo tempo, sabemos que quando negamos nossas emoções geramos em nós mesmos ou nos outros, um sofrimento que raciocínio algum pode dissolver. Finalmente, quando temos algum desacordo e estamos ainda no auge da irritação, também dizemos que devemos resolvê-lo conversando! De fato, se conseguimos conversar, as emoções mudam e o desacordo esvai-se ou transforma-se, com ou sem briga, em uma discordância respeitável. Ou pelo menos deveria assim acontecer. Penso que, ainda que o racional nos distinga de outros animais, o humano constitui-se com o surgimento da linguagem; na conservação de um modo particular de viver o entrelaçamento do emocional e do racional que aparece expresso em nossa habilidade para resolvermos, nossas diferenças emocionais e racionais. Então, considero fundamental para a compreensão do humano, tanto na saúde como no sofrimento psíquico ou psicossomático, compreender a participação da linguagem e das emoções no que, na vida quotidiana, chamamos de conversar. Ou ainda na linguagem mais moderna: D.R. Se não dermos voltas com o outro - seja quem for - não há relação possível. Relação pressupõe, pelo menos, dois participantes. Senão é unilação. E sem conversar caímos na tão conhecida e, para muitos casais, acomodada "solidão a dois". A escolha é de cada um!
Vivemos em uma cultura que contrapõe emoção e razão, como se o emocional negasse o racional e dizemos que o racional define o humano. Ao mesmo tempo, sabemos que quando negamos nossas emoções geramos em nós mesmos ou nos outros, um sofrimento que raciocínio algum pode dissolver. Finalmente, quando temos algum desacordo e estamos ainda no auge da irritação, também dizemos que devemos resolvê-lo conversando! De fato, se conseguimos conversar, as emoções mudam e o desacordo esvai-se ou transforma-se, com ou sem briga, em uma discordância respeitável. Ou pelo menos deveria assim acontecer. Penso que, ainda que o racional nos distinga de outros animais, o humano constitui-se com o surgimento da linguagem; na conservação de um modo particular de viver o entrelaçamento do emocional e do racional que aparece expresso em nossa habilidade para resolvermos, nossas diferenças emocionais e racionais. Então, considero fundamental para a compreensão do humano, tanto na saúde como no sofrimento psíquico ou psicossomático, compreender a participação da linguagem e das emoções no que, na vida quotidiana, chamamos de conversar. Ou ainda na linguagem mais moderna: D.R. Se não dermos voltas com o outro - seja quem for - não há relação possível. Relação pressupõe, pelo menos, dois participantes. Senão é unilação. E sem conversar caímos na tão conhecida e, para muitos casais, acomodada "solidão a dois". A escolha é de cada um!
Oi Tia Regina!
ResponderExcluirAdorei seu blog! Maravilhoso e cheio de texto. Vou frequentar!
Depois vou te escrever algumas dúvidas que tenho por email.
bjos e parabéns!
Mas as mulheres gostam, querem e gastam sempre, mais conversa que os homens lol lol
ResponderExcluirBjos
Oi Regina...tudo bem? (vou voltar para reler com mais calma este post -e outros aqui-, estou em semana de provas...e sabe como é...)
ResponderExcluir(...)
mas posso adiantar um comentário rápido, o que já me é bem difícil!kkk...
Eu sou meio suspeito para falar sobre 'falar', não?...como neto de italianos..rs...e será que a extensão de meus comentários sugerem alguma coisa? :))..rs...
um bj..tema bem querido...e adoro essas polemicas H&M...porque sou tão a escanteio de minha 'categoria'...kkk...
ih...se falar o cheklist que posso preencher, não vais crer...
bj
Perfeito amada!!
ResponderExcluir"Penso que, ainda que o racional nos distinga de outros animais, o humano constitui-se com o surgimento da linguagem; na conservação de um modo particular de viver o entrelaçamento do emocional e do racional que aparece expresso em nossa habilidade para resolvermos, nossas diferenças emocionais e racionais."
Somos emoção e razão o tempo todo, não há como ser uma coisa só!
Adorei a tua mensagem e reconheço que D.R. não é fácil! Nós, mulheres, queremos que eles nos ouçam; eles querem mostrar a solução... isso nos irrita!...rss
É um exercício e um longo aprendizado, mas vale a pena, sim!
Beijos, lindona!
Lia
Blog Reticências...
Sabe de uma coisa...Eu já desisti de entender os homens e faz tempo.
ResponderExcluirBjos achocolatados
Olá, Regina!
ResponderExcluirDemorei, mas cheguei!
Desde pequeno sempre ouvi esta frase "é conversando que a gente se entende", e não é pra menos, sem conversas - boas ou ruins - tudo acaba em bombas, literalmente!
Bjs!
P.s: adorei o de teclaração em teclaração.
Rike.
Dudu, amado!
ResponderExcluirSeja muiiiiito bem-vindo ao nosso Divã! Posso, realmente, acreditar nesse elogio?!? Ou é só prá agradar a tia?rsrs Vou ficar lhe esperando...tem lugar cativo, vc sabe.
Beijuuss n.c.
Isa, amada!
Eu ainda não tive o prazer de conhecer, "umazinha" sequer, que fugisse à regra rsrs
Beijuuss n.c.
Júlio, amado!
Como é mesmo o nome do golaço que se marca de escanteio??? Se entendo um cadim é O-L-Í-M-P-I-C-O! Raro, precioso e jamais esquecido... Bate um bolão, mininu amado, independente da catiguria rsrs
Beijuuss n.c.
Lia, amada!
Dando voltas juntos, sempre!!!
Beijuuss n.c.
Sandra, amada!
Não carece de entender nauuuummm, só não desisti de continuar dando voltas...
Beijuuss n.c.
Rike, mininu, amado!
Pois então: de teclaração em teclaração está, modernamente, dando voltas também!
Beijuuss n.c.