Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

QUEBRA DE ROTINA - 1º MOVIMENTO

Durante a semana, assim que termino minha jornada de trabalho quero casa, comida, banho e cama: nem sempre, necessariamente, nessa ordem. É muito raro conseguir ir a qualquer atividade social ou de lazer. Cinema ou teatro após uns 20 minutos já estou em plena pescaria - sem precisar de vara, anzol, isca – e a poltrona servindo de rede. Lançamento de livros, inaugurações de lojas, restaurantes ou bares, vernissage tem que ser de alguém muito chegado, para ir lá dar o meu abraço e rapidinho casco fora. Shows musicais nem cogito, pois não começam nunca antes das 22h.
Nessa última terça-feira outro cavalo selado passou e para tal me organizei e nele montei. Fui ao Palácio das Artes assistir a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Sempre gostei de música clássica. Quando estou nesse trânsito infernal de Beagá, é ela que, normalmente, ouço para manter além da paciência, a calma.
Havia um bom tempo que não ia a um, pelos motivos já contados e outros que nem valem repartir, mas que acontecem com todos nós diariamente... Basta estar vivo!
Logo no foyer (palavra chique essa) do teatro percebo a diferença: público elegantemente vestido (noite bem fria), acima dos 5.0 de idade e rostos bem familiares. Explico: “La crème de la crème” pensante, ou a turma dos culturalmente, os mesmos, investidos, ou ainda o high society(?), figuras carimbadas, de BH. E eu lá, recém saída de uma terça-feira hospitalar. Bacana foi ter reencontrado com dois professores - dos tempos de universidade - e eles terem me reconhecido, abraços efusivos, comentários atualizados sobre o meu trabalho, etc. e tal, assim, de igual para igual. Quando se é estudante idealiza-se tanto os mestres, doutores que até esquecemos que a gente cresce também! Voltando ao que interessa. O espetáculo começou pontualmente às 20h30min. Série Vivace IV (adorei o nome dado), regência de Fábio Mechetti, solista Antônio Meneses (violoncelo) e o seguinte programa:

TAKASHI YOSHIMATSU
Trenodia para Toki (1980)
ROBERT SCHUMANN
Concerto para violoncelo e orquestra em lá menor, op.129 (1850)
INTERVALO
ANTON BRUCKNER
Sinfonia n.1 em dó menor, “Linz” (1866).

Aprendi com o livreto que recebi, que a série Vivace - com brilho, vivacidade - realizada em noites de terça e Allegro - animado, rápido - as quintas, apresentam repertório que inclui sinfonias e outras músicas de diferentes períodos históricos, trazendo freqüentemente obras pouco conhecidas e inéditas, com a presença de convidados de renome internacional. O caso do solista da noite. Aprendi outras coisas mais que vou postar ao longo da semana... Mas a lição em “RÊ/MAIOR” foi que: quebrar a rotina num cavalo selado faz a alma se sentir VIVACE! Ah, e o melhor: sem pescar um peixinho sequer.

13 comentários:

  1. Que ótimo !!!
    Aproveite o feriado Rê!!!
    Bjs
    Zu

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  2. Olá Rê
    De vez em quando sabe bem pegar esse de cavalo selado que passa de longe a longe e fazer uma extravagância para quebrar a rotina.
    Por vezes esses "encontros" são o melhor ! É bom encontar gente de quem se gosta e que já não se vê há tempo ! ...
    Calculo que valeu a pena !
    Beijão, minha querida !
    .

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  3. Te lendo, Regina, fiquei pensando no quanto as pessoas acabam habituando-se a não viver esse lado prazeroso da vida, embora sinta uma falta danada às vezes de um-não-sei-quê reconhecido como vazio, falta, incompletude. E na maioria das vezes, observo tb, que seguido de um relato desses vem a satisfação por ter vencido a preguiça, o cansaço, o próprio hábito. Legal dividir tua experiência - que ela seja um "acordar" para quem passar por aqui e desse "toque" precisar.

    Bjos e ótimo feriado!

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  4. Vocês por aí cheios de frio e nós por aqui a derreter :)
    Mas com música tanto faz, aquece a alma e refresca os sentidos.
    Beijinho

    Quanto ao post anterior o chique ou não chique não é assunto que me excite, prefiro assuntos como respeito e boa educação lol

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  5. Olá Rê querida:
    Música é alimento para alma.
    Marca o tempo e nos remete para outra dimensão em que os sentidos se apuram.
    A vida é música mesmo quando em sustenido som nos envolve.
    Vencer a inércia e procurar preencher pequenos espaços que encontremos para esse mimo oferecer-mos a nós próprios, enriquece os nossos dias e nos preenche.
    Kandandos meus esperando que atravessem tanto mar e até a ti cheguem.

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  6. Minha Querida
    A vida não pode ser só aquela correria maluca... que dura 24h sobre 24h...é bom relaxar com música e da boa como nos contas...e encontrar o "lá crème de lá crème" pensante e cultural...de vez em quando, até nos faz bem...só para concluirmos que, afinal...não são tão diferentes de nós!!
    Goza a vida!
    Beijocas
    Graça

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  7. Moça, ando precisada de um cavalo selado desses...tem um dando bobeira por aí não???

    Que bom que vc fez um agradinho na sua alma.
    Seja forte contra eventuais pescarias e faça isso mais vezes.

    Beijos.

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  8. Música chique heim.E eu aqui engripado morrendo de inveja, desse programinho.

    rsrsrsrs.

    Beijo.

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  9. Maurizio seja muito bem-vindo! Se gostou volte sempre que quiser e faça parte desse nosso Divã.
    Beijuuss n.c.

    Zu, amada!
    Foi realmente uma dilícia... Sabe, a programação prá esse feriado prolongado estava bem saborosa, até receber umas "notícias" que me fizeram perder o rumo rsrs Mas tem nada nauuuummm, a vida é assim mesmo... e logo, logo me aprumo rsrs
    Beijuuss n.c.

    Rui, amado!
    Foi realmente muiiiiito bom, o reencontro, o concerto, a quebra da rotina.
    Beijuuss n.c.

    Denise, moça linda de viverrr, amada!
    Preguiça, no meu caso, até que não tenho não. Realmente o cansaço, muitas e muitas vezes, me faz querer minha casa e minha família. Mas você tem toda razão: é um despertar sem ser com o tal "despertador" diário das 6h da manhã!
    Beijuuss n.c.

    Isa, amada!
    Não sei se já estava frequentando o Divã, quando escrevi um post que estava derretendo pior que sorvete com o calorão que por aqui estava rsrs E na época vocês aí, doidinhos, prá ter um solzinho de tanto frio, chuva e neve... Mas é isso: independente dos termômetros, programação assim é tudo de bão! Pois é, na continuação dos posts, abordo mais uma vez como é chique se ter respeito e educação!
    Beijuuss n.c.

    Kimbanda, amado!
    Me envolve e me aquece a alma... Quanto ao preencher... não é bem a música o recheio que mais me apetece! Na ausência do "predileto"... como dizemos por aqui: quem não tem cão, caça com gato! rsrs
    Beijuuss n.c. do lado de cá do Atlântico

    Graça, amada!
    Que alegria vê-la por aqui!!! Estou tentando gozar a vida... Até pq, ela anda gozando com minha cara, alma e coração.
    Beijuuss n.c.

    Pétala, moça linda de viverrr, amada!
    Dando bobeira não tá tendo nauuuuummmm rsrs, mas ofereço a garupa do mesmo, com o maior carinho. Hoje mesmo (feriado) não consegui ser forte, e tive que mudar toda a programação... Mas a vida é assim messssssmo: um dia de cada vez, e de preferência sem nenhuma prévia programação...Até pq caimos do cavalo!
    Beijuuss n.c.

    Manuel, poeta, amado!
    Já fez e tomou a receita caseira, que a "Dotôra" lhe receitou??? Minha filha está assim, desde o último final de semana, e o que lhe fez cumprir com as obrigações diárias foi esse chá... Além é claro dos (Chá)mêgos rsrs
    Beijuuss n.c. e fique bem!

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  10. Minha linda e iluminada amiga,
    que delícia estar aqui e ver chegando o teu comentário. Foi como uma brisa suave de amor!
    Amiga, e que programa!
    Meu Deus, há quanto tempo não saio da minha toca.
    Aqui no RJ, realmente não dá para sair assim. À noite, é complicado.
    Mas ouvir música clássica traz paz à alma.
    Estou feliz com o teu recital! pronto... já me contento aqui na roça! rs
    Amiga, já te disse o quanto te admiro, o quanto tua presença me faz bem?
    Muito.
    Embora não comente, e peço desculpas, sempre olho o que escreves.
    E gosto muito, muito!
    Beijos, querida.
    Obrigada pelo carinho e por estar aqui comigo!

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  11. Izabel, iluminada, amada!
    Sei que aí no Rio à noite é bem mais complicado...BH não tá ficando muiiiito longe não... infelizmente! Quanto a sair de casa, procê ter uma idéia do que ocorre comigo, deixo as palavras do meu filho: "Mãe cê tá criando teia de aranha aqui dentro de casa'!rsrs
    Suas palavras para mim são o reflexo daquilo que sinto em meu coração/alma por você... E já te escrevi assim que lhe "rê"-encontrei! AMO VOCÊ, ser iluminado!!!!
    Beijuuss n.c.

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  12. Essas "quebras" são tão instigantes e reveladoras, quanto mais inesperadas forem... ui!
    Você tem razão "foyer" é MESMO uma palavra chiquérrima!
    beijinho

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