Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

domingo, 6 de junho de 2010

QUEBRA DE ROTINA - FINAL

Todo o concerto me emocionou e fez que minha alma VIVACE! Mas, a primeira peça executada foi a que mais me tocou: Trenodia para Toki. Além da história que não conhecia, sinto – hoje - que era o prenúncio melodioso e fúnebre de um final que mal havia começado... Mas isso fica para outro dia. Abaixo, escrito por Guilherme Nascimento (Doutor em Composição, professor de Música da UEMG e da Fundação de Educação Artística, autor do livro Música menor) partilho com vocês TOKI. Magnífica, emocionante, tocante...



“Toki é o nome de um lindo pássaro japonês, branco, de corpo esguio, rosto vermelho, bico longo e curvo e penugem arrepiada no topo da cabeça. Da ponta do bico ao final da cauda, o Toki tem, aproximadamente, 75 centímetros de comprimento, e envergadura de um metro e meio. Quando visto em pleno vôo, a parte de baixo de suas asas costuma revelar uma suave coloração rosa - alaranjado. Antes de entrar em extinção, o Toki vivia no topo das árvores próximas a rios, lagoas e campos alagados de arroz e se alimentava de besouros, sapos, caramujos, moluscos e pequenos peixes. Por séculos, o Toki foi caçado no Japão, mas a maior ameaça à sua sobrevivência, nas últimas décadas, veio do desmatamento e da conversão dos campos alagados de arroz para a produção seca. O Toki entrou para a lista de animais extintos e, em 1981, sumiu dos céus japoneses. O seis últimos remanescentes foram capturados pelo governo e tratados em cativeiro, na esperança de darem à luz novos filhotes. Ao final de poucos anos, apenas um sobrevivera. O único remanescente tinha 35 anos de idade, idoso demais para produzir filhotes. Era o fim do Toki. Em 1980, inconformado com a extinção do pássaro símbolo do Japão, o compositor Takashi Yoshimatsu compôs um canto fúnebre para o Toki: Threnody to Toki, para orquestra de cordas e piano. A obra foi estreada em 19 de fevereiro de 1981 pela Japan Symphony Orchestra, sob a batuta de Kazuo Yamada. Dedicada aos últimos Tokis remanescentes, Trenodia para Toki jamais foi executada no Brasil... Em Trenodia para Toki, a orquestra é disposta de modo a evocar o pássaro: o piano, ao centro, representa o corpo; os contrabaixos, ao fundo, a cauda; e as cordas em espelho, metade do lado esquerdo e metade do lado direito, representam as asas. O maestro é a cabeça. Trenodia para Toki é uma belíssima peça que retrata a batalha do Toki pela sobrevivência. Ao longo da obra, as cordas evocam o canto, o bater das asas e a pungente agonia de um pássaro que luta pela vida. Um triste lamento por sua extinção e um hino a este pássaro tão maravilhoso. Seu vôo, que uma vez fora tão leve, agora se mostra vacilante e difícil.
No final dos anos de 1980, o mundo recebeu uma excelente notícia: o Toki fora redescoberto na China. O governo chinês imediatamente proibiu o corte de árvores, o uso de pesticidas e declarou os ninhos propriedade do governo. Em 1999, a China deu de presente, ao Japão, um casal de Tokis: Youyou e Yangyang. No mesmo ano, o casal deu à luz o primeiro filhote japonês gerado por incubação artificial: Yuuyuu...
Hoje são mais de 100 Tokis vivendo em cativeiro, no Japão, e 500 na China (metade selvagem e metade em cativeiro). Em breve, o Toki vai de novo sobrevoar os céus japoneses, e obras como a Trenodia para Toki, de Yoshimatsu, servirá para nos lembrar que uma vez houve um tempo em que os homens não respeitavam a natureza e viviam em total desarmonia com o planeta.”
Desejo que homens e mulheres aprendam que o AMOR é sentimento a ser preservado e sempre sentido em total harmonia! Que AMOR não sobrevive em cativeiro e não pode ser simplesmente deletado. Que AMOR é espécie rara, e é somente através dele, que nós , humanos, não entraremos todos em extinção!
P.S. Tentei encontrar a imagem do Toki e não consegui... Me desculpem. 

10 comentários:

  1. "através dele, nós humanos não entraremos todos em extinção"
    Então a Regina acredita, mesmo, que nascemos todos por Amor e, portanto, é mentira que a grande maioria tenha nascido, por simples descuido ;)
    Desculpa a graça mas, não consegui resistir à tentação!
    Beijinhos

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  2. A liberdade, esse bem que nos permite desfrutar dos outros bens .

    Beijo.

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  3. Querida amiga Regina,

    Adorei ler este texto. Não conhecia de todo o Toki, nem estou a ver que tipo de ave se trata,
    mas o relevante é que Takashi Yoshimatsu o amou.

    De facto o homem tem vindo a destruir a natureza e com as suas atitudes, a sua ganância, coloca em risco a extinção de todas as espécies, até a humana.
    Infelizmente estamos cada mais perto do fim...

    Beijinhos

    Na Casa do Rau

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  4. "O amor não sobrevive em cativeiro"...lindo. Acho que vou imortalizar...rs

    A matéria mostra uma linda reconstrução, mas não deve diminuir a importância da conscientização dos cuidados com a natureza.
    Takashi Yoshimatsu imortalizou-os, e foi um belo gesto, mas que bom que os céus japoneses ganharão a graça de seus voos tão bonitos...que fique o exemplo para as gerações de hj...e obrigada por apresentar-nos essa beleza de história/ensinamento!!

    Bjos, queridona!!
    Boa semana pra vc.

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  5. Lendo seus "posts" como uma sinfonia (emq uatro movimentos harmônicos) e lendo os comentários do professor de composição, fiquei rosamariamortinha de vontade de escutar esta música!
    Uau!
    beijinho

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  6. Desejo que homens e mulheres aprendam que o AMOR é sentimento a ser preservado e sempre sentido em total harmonia! Que AMOR não sobrevive em cativeiro e não pode ser simplesmente deletado. Que AMOR é espécie rara, e é somente através dele, que nós , humanos, não entraremos todos em extinção!

    Coisa mais lindaaaaaa.
    Bjos achocolatados

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  7. Isa, amada!
    Acredito messsssmo!!!! Inclusive que nos nascimentos "descuidados" houve nem que por segundos AMOR. Tem que desculpar nada nauuuuummm... sem seu humor o Divã ficaria tristinho.
    Beijuuss n.c.

    Manuel,poeta, amado!
    Precioso bem... e que muitas vezes esquecemos de sua importância ou o utilizamos "equivocadamente"!
    Beijuuss n.c.

    Ná, amada!
    Que bom vê-la aqui... Eu também não conhecia a história desse pássaro, considerado símbolo Japonês. Aqui, aí, acolá, infelizmente temos muitas aves, animais em extinção!
    Beijuuss n.c.

    Denise, moça linda de viverrr, amada!
    AMOR não sobrevive mesmo em cativeiro... é para ser como os pássaros, solto, alçando vôos inimagináveis e aí aqueles que, verdadeiramente, se amam, se encontram num ponto do céu... cada um em seu voo! Boa semana procê tb, recheada de AMOR!
    Beijuuss n.c.

    Zé, amado!
    Vc disse que somos "almas irmãs", então lhe digo: prepare a caixa de lenços... é uma TRISTEZA BELÍSSIMA (?!? entende?!) E eu tb nunca tinha ouvido antes! Fica mais essa pendência prá quando vc chegar... degustarmos todos juntos a TRENODIA PARA TOKI.
    Beijuuss n.c.

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  8. Sandra, amada!
    Um elogio assim, vindo de você...POETISA linda de viverrrrr, fico até atacada pela Síndrome de T.M.A. rsrs
    Beijuuss n.c.

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  9. Vivendo e aprendendo sempre!...:)

    Muito linda essa história, e que ótimo que no final das contas eles estão voando novamente pelos céus do oriente.
    Resta saber até quando, não é amiga?
    Infelizmente, nesse mundo em que vivemos, já não se pode ter certeza de mais nada.

    Beijo grande, e tenha uma ótima semana.

    Cid@

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  10. Cida, amada!
    É verdade... nada nessa vida temos "garantia", nem mesmo da nossa! Por isso se faz importante, cuidarmos, muito, não só da nossa, como de todos que estão nesse planeta.
    Beijuuss n.c.

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