Impressiona-me no ser humano, essa súbita e inabalável certeza dos próprios sentimentos quando é amor. É um estado dentro do qual convive o máximo de tumulto com a mais redentora das sensações, a de paz. Esse encontro é pacificador e profundo. Sai-se do tumulto da expectativa, da procura, da espera e entra-se na paz, a mesma paz dos amantes após terem-se. Sem paz não é amor, quase se pode dizer. A invasão de paz talvez seja o maior indicador do sentimento que, por arder, parece ser o inverso: o amor. A paz é amor porque só surge quando se está ao lado de alguém sem medo, sem culpa, sem pena, sem ter que explicar ou se explicar, sem interesse algum senão o de ficar ali.
A paz assim concebida pode até modificar um pormenor do slogan hippie tão profundo e significativo, passando-o de “paz e amor” para “paz é amor”. Sem paz as relações podem ser muita coisa, até paixão, porém, não, amor.
O amor se expressa pela paz sentida nos corpos e espírito, porque ele é vivência que junta milhares de energias sensíveis funcionando ao mesmo tempo. É contato súbito com essências desconhecidas da vida e do mundo, vislumbre do mistério original.
A paz é a única forma de conciliar todas as energias que, agindo em conjunto, propendem ao equilíbrio perfeito. A paz é no centro do círculo, o coração da mandala, o ponto para o qual convergem todas as forças com igual valência e intensidade. O centro do ser é o espaço da plenitude, essencial, o ponto comum a todas as partes, a conexão com o cosmos, com a natureza íntima da matéria e do ser. A paz é esse contato súbito com o centro do ser, uma antevisão prazenteira do nirvana, da relação misteriosa com a luz!
Simplesmente lindo...
ResponderExcluirMenina que delícia vc aqui me visitando... Obrigada!
ResponderExcluirBeijuuss n.c.